Inverno: Revista em casa a partir de 10,99
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Projeto de lei quer proibir celulares nas escolas

Precisamos pesar os benefícios da tecnologia e a necessidade de um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento socioemocional

Por Marina Helou, deputada estadual, e Paulo Nardy Telles, pediatra*
Atualizado em 1 jul 2024, 15h17 - Publicado em 1 jul 2024, 15h13
Passar muito tempo no celular pode fazer mal para a criança
Uso abusivo de telas compromete desenvolvimento intelectual e emocional dos mais novos.  (Foto: GI/Getty Images)
Continua após publicidade

O acesso ilimitado a telas, sem incentivo ao uso pedagógico, gera impactos prejudiciais já comprovados na literatura em crianças e adolescentes.

Se nós, adultos, sofremos com a dependência e checamos o celular para ver se chegou alguma notificação diversas vezes ao longo do dia – imagine a dificuldade de controlar o impulso e o impacto desse comportamento nas crianças e adolescentes, que têm o cérebro em formação e estão um uma fase extremamente importante no desenvolvimento cognitivo.

É comum perceber que os mais jovens estão mais distraídos, fechados e, pior, viciados nos aparelhos eletrônicos. Infelizmente, todos estes problemas refletem, e muito, no aprendizado e socialização no período escolar.

Com acesso livre ao celular, crianças e adolescentes são sugados pelo mundo digital e cada vez socializam menos no mundo real. Ficam mais ansiosos e prestam menos atenção no conteúdo acadêmico, nos professores e profissionais da educação.

Além disso, é um desafio lidar com esta questão nas escolas, quando não se tem uma regulamentação, enquanto política pública, estabelecida. É também um dilema no dia a dia de mães e demais cuidadores, que acabam tendo nas telas uma ferramenta de auxílio para darem conta do trabalho, criação dos filhos e afazeres. São muitas as questões envolvidas, incluindo sociais e econômicas.

Continua após a publicidade

+ Leia também: Uso de telas e desenvolvimento infantil: uma abordagem intencional

Os aparelhos eletrônicos foram inseridos de forma abrupta e sem planejamento na sociedade e precisamos reconhecer e enfrentar as consequências. Movimentos de pais e mães têm surgido com objetivo de discutir e conscientizar sobre o efeito das telas em seus filhos.

Em abril desde ano, trouxemos essa discussão para a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por meio do Projeto de Lei nº 293/2024 que propõe a proibição do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades escolares da rede pública e privada do estado de São Paulo.

Continua após a publicidade

O objetivo é criar um ambiente mais propício ao aprendizado, permitindo o uso de aparelhos para finalidades exclusivamente pedagógicas ou para alunos com necessidades específicas de saúde. A proposta é encontrar um equilíbrio entre os benefícios da tecnologia e a necessidade de resgatar a escola como local fundamental ao desenvolvimento acadêmico, social e emocional.

Diversos estudos já comprovam os prejuízos causados pelo uso excessivo de telas. No que tange ao direito à educação, o relatório de monitoramento global da educação de 2023 da Unesco mostrou que um maior tempo de tela estava associado a uma piora do bem-estar; menos curiosidade, autodisciplina e estabilidade emocional; maior ansiedade e diagnósticos de depressão.

Além disso, a presença de celulares pode reduzir a capacidade cognitiva dos estudantes, resultando em menor retenção de informações e notas mais baixas.

Continua após a publicidade

O PL nº 293/2024 é um convite à construção conjunta de um futuro mais promissor para o estado de São Paulo. Ao abrir espaço para um debate amplo, que envolva toda a comunidade, podemos encontrar soluções criativas e eficazes para lidar com os desafios da era digital na educação.

O objetivo principal é garantir que todos os alunos tenham acesso a um ensino de qualidade, utilizando a tecnologia com consciência, como ferramenta para o desenvolvimento de todo o seu potencial.

*Marina Helou é mãe do Martin e da Lara e deputada estadual em seu segundo mandato pela Rede Sustentabilidade; Paulo Nardy Telles é pediatra, formado na Faculdade de Medicina do ABC

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
OFERTA DE INVERNO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.