Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Problemas no quadril como consequência da Covid-19

Especialista relata casos de osteonecrose no quadril após infecção pelo coronavírus. Complicação pode levar a uma cirurgia de prótese para essa articulação

Por David Gusmão, ortopedista*
13 dez 2021, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Entre as sequelas e consequências da Covid-19, muito se fala sobre a perda de olfato e até mesmo a queda de cabelo. Mas, como ortopedista especialista em quadril, meu alerta se dirige ao risco de osteonecrose nessa articulação.

    Isso significa a morte do tecido ósseo devido a uma falta de irrigação sanguínea, o que pode culminar em uma cirurgia para instalação de uma prótese ali.

    A osteonecrose pode ocorrer nesse contexto em função das altas doses de corticoides empregadas contra a Covid-19. Esse tipo de medicamento é utilizado para aliviar a inflamação e os problemas pulmonares e indicado como parte do tratamento de casos mais graves, sobretudo aqueles que requerem hospitalização.

    Corticoides são potentes anti-inflamatórios e podem ser decisivos para a recuperação de pacientes afetados pela forma severa da Covid-19. No entanto, como efeito colateral, podem inibir múltiplos mecanismos de formação óssea.

    + LEIA TAMBÉM: Uma doença chamada pós-Covid

    Eles aumentam o risco de alterações nas células formadoras de ossos (os osteoblastos) e até mesmo sua morte, assim como danos à circulação na região do fêmur e do quadril, levando à osteonecrose.

    Continua após a publicidade

    Já temos relatos e pesquisas a respeito pelo mundo. A Universidade Thomas Jefferson, na Pensilvânia (EUA), conduziu um estudo, Considerações Ortopédicas Seguidas da Covid-19, que resgata o que já era de conhecimento científico em relação ao uso de altas doses de corticoides no tratamento da Sars, causada por outro tipo de coronavírus em 2003.

    Naquela ocasião, a incidência de osteonecrose foi de 5 a 58% dos pacientes acometidos, sendo o quadril a área mais afetada.

    A exemplo do que aconteceu naquela época, a maioria dos indivíduos atingidos agora está na faixa de 20 a 49 anos e se estima que quase 40% das vítimas da Covid-19 possam ter essas alterações entre três e quatro meses após a doença. Isso reforça a necessidade de acompanhamento por até três anos entre quem foi tratado com altas doses de corticoide.

    Continua após a publicidade

    + LEIA TAMBÉM: Entenda o papel dos anti-inflamatórios no tratamento da Covid-19

    Nessa situação, é fundamental buscar o diagnóstico precoce e prestar ainda mais atenção naquelas pessoas que tiveram quadros severos e ficaram internadas pela infecção e/ou que sintam alguma dor na região do quadril e da virilha.

    A orientação é que, dentro dessas circunstâncias, em seis meses após a infecção e internação o paciente realize um exame de ressonância magnética para checar o estado da articulação e prevenir a perda do quadril natural.

    Além disso, após um ano do tratamento, o exame deve ser repetido, pois, se essa doença não for reconhecida a tempo e tratada corretamente, há grandes chances de o indivíduo receber uma prótese de quadril prematuramente.

    Continua após a publicidade

    A taxa de sucesso do tratamento da osteonecrose vai variar de acordo com o tamanho da lesão, sua localização e o estágio em que foi detectada, podendo ser apenas medicamentoso ou cirúrgico.

    A cirurgia não é de alta complexidade. Em geral, são feitas pequenas perfurações na cabeça do fêmur para estimular a circulação ou são usados concentrados de enxerto de medula óssea para devolver o estímulo biológico para a cabeça femoral e a recuperação do quadril.

    * David Gusmão é ortopedista, especialista em quadril e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Quadril

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.