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Por que tantos homens ainda deixam de fazer os exames da próstata?

Uma reflexão sobre um desafio persistente no país sob a ótica de quem criou a campanha do Novembro Azul contra o câncer de próstata

Por Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida*
10 nov 2022, 17h52

Em 1998, o Commonwealth Fund ouviu 1 500 homens americanos e 24% deles disseram não ter ido ao médico no ano anterior e que, no pouco contato com os profissionais, não haviam recebido informações sobre cuidados preventivos para doenças potencialmente fatais.

Há 24 anos, a pesquisa apontava que quatro entre dez homens na faixa etária para a qual se indica o rastreamento do câncer de próstata não tinham feito exames com essa finalidade.

Já naquela época o estudo identificou que muitos médicos não aconselhavam os pacientes sobre hábitos e medidas para melhorar a saúde e prevenir problemas. Boa parte dos entrevistados não havia sido submetida a um exame de colesterol e um terço dos fumantes disse que o médico nem sequer falou sobre os riscos do tabagismo.

Nas entrevistas, porém, ficou claro quanto os homens confiavam no médico para se cuidar — ou seja, os profissionais poderiam ter se aproveitado dessa confiança para orientar melhor seus pacientes.

Fiz essa introdução, voltando até 1998, para destacar o impacto da campanha Novembro Azul, criada no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida há 11 anos, no comportamento e na saúde dos homens.

+ LEIA TAMBÉM: Levantamento indica que homens vão seis vezes menos ao médico em comparação com as mulheres

Com uma década de movimento no país, em 2021 fizemos uma pesquisa com mil brasileiros de 18 a 65 anos e ela constatou que 77% desse público já sabia que o meio de monitorar a próstata é o exame de toque retal. A maioria desses homens reconhece a importância do exame a ponto de perder o medo, a vergonha e a preocupação com o julgamento dos amigos — apenas 4% dos respondentes disseram ter medo de dor, 2% tinham receio de descobrir o câncer e 10% declararam ter vergonha de fazer o toque.

Se de um lado a pesquisa mostrou que a informação está chegando aos homens, por outro percebemos que um bom número deles continua descoberto no cuidado com a próstata: 61% dos brasileiros acima de 45 anos disseram nunca ter feito um toque retal por falta de indicação médica; apenas 37% fizeram o exame, índice menor entre os atendidos pelo SUS (26%).

Assim, ainda vivemos um cenário assustador, em que muitos médicos não recomendam o exame que detecta o câncer de próstata. E isso me impulsiona a fazer um apelo para que esses profissionais orientem seus pacientes sobre a importância da medida para o diagnóstico precoce da doença. Afinal, não há prevenção primária para esse tipo de câncer, que afeta um em cada seis homens ao longo da vida.

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O toque retal e a dosagem de PSA no sangue — e a confirmação com biópsia em caso de suspeita — são as ferramentas para descobrir um tumor em fase inicial, o que possibilita mais de 90% de chance de cura de uma enfermidade que matou mais de 18 mil brasileiros em 2020.

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A prevenção e o controle do câncer são vistos hoje como prioridades dentro dos objetivos de desenvolvimento sustentável e do plano de combate a doenças crônicas estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A pergunta que fica é: por que ainda tantos médicos deixam de orientar os homens a fazer exames capazes de salvar vidas?

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* Marlene Oliveira é fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, criador da campanha Novembro Azul

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