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Por que precisamos defender o aleitamento materno

Diretora do filme De Peito Aberto, que estreia em breve no cinema, conta por que abraçou essa causa tão importante para a mãe, o bebê e a sociedade

Por Graziela Mantoanelli, documentarista*
Atualizado em 9 out 2019, 12h45 - Publicado em 5 jun 2019, 18h19
amamentação
Cena do documentário "De Peito Aberto", que chega aos cinemas em agosto (Foto/ Divulgação/SAÚDE é Vital)
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Depois de passar por momentos de extrema dificuldade para amamentar minha filha, hoje com 6 anos, decidi acompanhar a história de amamentação de seis mães brasileiras de primeira viagem, de diferentes realidades socioculturais. Assim nasceu De Peito Aberto, um documentário inédito sobre aleitamento materno.

As mães são as grandes protagonistas do filme. Elas dão as cartas, ditam as necessidades, pautam a discussão. Com especialistas brasileiros e internacionais como Carlos González, Laura Gutman e Jack Newman, o filme busca criar bases para a construção de uma nova cultura de aleitamento materno no Brasil.

Para isso foi necessário traçar um panorama das políticas públicas e compreender os efeitos nefastos da bilionária indústria do leite artificial, que aposta pesado na falência do aleitamento materno para crescer e se consolidar.

Considerado pela Organização Mundial da Saúde e pela Unicef como “a ação isolada mais eficaz para o combate à mortalidade infantil”, o aleitamento materno sofre para se consolidar como alimentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida do bebê — tempo dedicado pela equipe do filme para revelar a jornada completa de uma mãe em um dos mais complexos e difíceis desafios para a mulher no mundo atual.

Longe de consolidar sua luta por equidade de gênero nas políticas públicas e na própria família, a mulher se vê sobrecarregada a ponto de ser obrigada a abdicar da amamentação em nome da sobrevivência no mercado de trabalho, o que muitas vezes significa a sustento de toda a família. Uma situação ainda mais aguda se considerarmos a situação da mulher negra.

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De Peito Aberto não vem para massacrar as mães que optam ou são induzidas a não amamentar suas crias. Queremos construir um novo patamar de consciência coletiva para a importância do aleitamento materno, algo que ajudaria a evitar a morte de 820 mil crianças por ano no mundo, segundo as Nações Unidas.

Em agosto, durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, apresentaremos De Peito Aberto nas telas de cinema de todo o Brasil. Pretendemos contribuir de maneira ativa e incisiva no debate público do aleitamento materno no Brasil e no mundo, colocando a mulher, seus direitos e necessidades em primeiro lugar.

* Graziela Mantoanelli é documentarista. Mestre em nutrição humana aplicada pela Universidade de São Paulo, dedica-se à realização de projetos ligados a alimentação, primeira infância e direitos da mulher. É autora e diretora do filme De Peito Aberto

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