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PNI faz 50 anos em meio a ataques às vacinas nas redes sociais

Novo relatório aponta que desinformação e polarização política ainda marcam debate sobre vacinas nas plataformas digitais

Por Renato Contente, pesquisador da FGV ECMI*
Atualizado em 18 set 2023, 11h47 - Publicado em 18 set 2023, 11h30
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  • No dia em que celebramos 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), precisamos lembrar que o debate sobre vacinas ainda é um terreno fértil para a disseminação de desinformação e polarização política no Brasil.

    A Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI) analisou como anda essa conversa principais plataformas digitais.

    A pesquisa foi feita entre junho e setembro de 2023 e os resultados revelam uma complexa teia de desinformação, que envolve teorias conspiratórias, organizações de médicos antivacina e comércio ilegal de atualização de cadernetas de vacinas.

    + Leia também: A batalha pela vacinação

    Além do aspecto atrelado à desinformação, a polarização política permanece como um eixo central no debate sobre vacinas, mobilizando sobretudo as bases de Jair Bolsonaro e do presidente Lula.

    Em termos de polarização política, o que mais chamou a atenção foi um movimento de apoiadores e aliados políticos do ex-presidente, que vêm se mobilizando para transferir para Lula o estigma de “genocida” associado à conduta de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19.

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    Os esforços se concentram no argumento de que o governo atual teria rejeitado vacinas japonesas contra a dengue. Não à toa, a hashtag “#lulagenocida” ganhou força ao longo do mês de julho.

    Os dados apontam ainda para a presença de diversos grupos extremistas e antivacinas nas redes sociais, especialmente em aplicativos móveis, como o Telegram. Esses grupos desempenham um papel central na disseminação de desinformação sobre o tema.

    As doses contra a Covid-19 ainda são o principal alvo, mas outros imunizantes também são atacados, como a vacina contra meningite, acusada de causar a morte de bebês, e mesmo imunizantes que não existem, como uma “vacina da OMS” que causaria esterilidade para conter o aumento populacional.

    Em relação às vacinas do coronavírus, menciona-se a suposta existência de fetos humanos em sua composição e que ela poderia transmitir doenças como câncer.

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    + Leia também: Fake news e detox de vacinas: o atual cenário da imunização no Brasil

    No Telegram, também foi identificada uma rede de vendas de falsas atualizações em cadernetas de vacinas. A propaganda é direcionada para aqueles que não desejam “injetar veneno” em si ou nos seus filhos.

    Estas alegações, apesar de carentes de base científica, encontram espaço em grupos que resistem à vacinação e repercutem na sociedade. Não à toa, a cobertura das doses de reforço da Covid-19 está baixa, assim como a das doses do calendário infantil.

    A batalha contra a desinformação deve ser travada não apenas nas redes sociais, mas com campanhas educativas, que promovam a confiança na segurança e eficácia das vacinas.

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    O estudo da FGV ECMI revela a profundidade do desafio que enfrentamos nessa seara.

    Mesmo após uma relativa estabilização da pandemia de Covid-19 e o fim das eleições de 2022, a desinformação e as dinâmicas de polarização persistem e continuam sendo alimentadas por grupos extremistas.

    O investimento em comunicação científica é uma das principais armas nessa batalha. Devemos concentrar nossos esforços em promover informações embasadas em evidências e desmontar narrativas falsas.

    Somente assim avançaremos na luta contra a desinformação em saúde e em prol do fortalecimento da confiança na ciência e na saúde pública.

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    * Renato Contente é jornalista, mestre em comunicação e doutorando em Sociologia. Atua como pesquisador da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV ECMI)

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