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O papel dos agentes comunitários de saúde na era do ESG

Os ACS podem ajudar o setor público e privado a atingirem o “S” e o “G” da sigla

Por Pedro Marton Pereira, CEO e cofundador da epHealth*
4 nov 2023, 10h33

O conceito de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG) vem se fortalecendo em vários âmbitos, mas muitas pessoas ainda olham só para a parte do meio ambiente da sigla.

É claro que esse é um tópico que merece a nossa atenção, mas o “social” e a “governança” regem praticamente todos os setores da sociedade e deveriam ser uma missão prioritária para empresas, entidades e governos.

Dentro da área de saúde, um dos exemplos mais evidentes nesse sentido é o do agente comunitário de saúde (ACS).

Segundo o Ministério da Saúde, o ACS “tem um papel muito importante no acolhimento, pois é membro da equipe que faz parte da comunidade, o que permite a criação de vínculos mais facilmente, propiciando o contato direto com a equipe”.

O ACS transita por ambos os espaços – governo e comunidade – e intermedia essa interlocução. O que não é tarefa fácil. Ou seja, estamos falando de uma função absolutamente fundamental, mas com um longo caminho a ser percorrido para solidificar essa importância.

Os principais motivos desse gap são a falta de um entendimento nacional do impacto dessa profissão e o acesso às novas tecnologias pelos ACS. Em um passado não muito distante, ele era apenas uma pessoa isolada na comunidade, sem suporte ou ferramentas para agir de maneira mais ampla.

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Hoje, tudo mudou.

Com as ferramentas tecnológicas, os agentes podem ser ainda mais aproveitados no levantamento de dados e disseminação de informações para a população.

A própria pandemia de Covid-19 é um ótimo exemplo. Os ACS podem ser (e foram em várias cidades do país) uma forma de levar orientação e identificar pessoas em maior risco.

+ Leia também: ESG, uma sigla crucial também no setor de saúde

Os benefícios dos agentes comunitários de saúde

Praticamente todos os profissionais e estabelecimentos de saúde esperam que seus pacientes os procurem quando sentirem necessidade. Dessa maneira, muitas vezes eles buscam o estabelecimento de forma tardia e em locais errados.

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Já o modelo dos ACS promove uma revolução nessa lógica, pois busca de forma pró-ativa a população, identificando e orientando sobre possíveis problemas antes que eles se agravem.

A tecnologia impulsiona a categoria em relação à governança

A digitalização da saúde melhora a gestão e produtividade desses profissionais, além de gerar insights de boas práticas e aprendizados, que, sem a tecnologia, poderiam se restringir ao contexto local.

Neste contexto, o agente comunitário de saúde ajuda a colocar o “G” do ESG em prática. Tanto por fazer a ponte entre a população e o acesso a novas tecnologias, quanto pelas possibilidades em relação à coleta de dados e sua posterior análise na era da inteligência artificial.

Em visitas diárias, por exemplo, o ACS tem a poucos cliques de distância respostas a perguntas básicas, como “quais são as visitas de hoje?” ou “quem corre mais risco de vida e precisa ser priorizado?”.

Já quando entramos em uma seara com grupos maiores, os agentes podem ajudar identificando doenças raras, evitando epidemias ou até pandemias.

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Ao entender problemas que surgem em uma cidade ou estado, o ACS pode colaborar na construção de ferramentas estruturadas para ter um poder de transformação nacional e até mesmo global.

Brasil, um diamante bruto

O Brasil tem um dos melhores programas de agentes comunitários de saúde do mundo. No entanto, historicamente muitas pessoas acham que o assunto não é tão relevante, ou sequer o conhecem.

Segundo artigo publicado no periódico Health Research Policy and Systems, da BMC, somos líderes na melhoria de saúde da população com o trabalho desses profissionais, ao lado de Bangladesh, Irã, Etiópia e Nepal.

No início do ano, a Lei 14.536 que regulamenta a profissão também foi sancionada pelo governo. É um movimento que reforça a importância de institucionalizar a função.

O ACS já é hoje uma das maiores profissões no país e tem impacto econômico significativo. São 265 mil agentes comunitários, e em 2022, foram empenhados R,8 bilhões pelo Governo Federal na categoria. Para 2023, está prevista a destinação de R,9 bilhões, aumento de 27%.

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Em outras palavras, o Brasil é um diamante bruto no que se refere ao desenvolvimento do “S”, do ESG, com os ACS.

Como ACS podem atingir 100% do seu potencial?

Os agentes de saúde do Brasil surgiram no final da década de 1980, e foram institucionalizados em 1991, mas é justo dizer que essa é a profissão do futuro.

Com os novos rumos trazidos pelos avanços tecnológicos, a função tem a chance de ser devidamente tratada como uma engrenagem fundamental da saúde primária.

Graças a atuação desses especialistas, qualquer problema de saúde é direcionado pelo lugar certo: pela porta de entrada, não pela saída (os hospitais). É um trabalho que liga as diferentes esferas do cuidado e bem-estar humano, democratizando serviços essenciais às pessoas.

Porém, ainda precisamos liberar 100% do potencial dos ACS, com capacitação e tecnologia.

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Os setores público e privado precisam investir na categoria até chegarmos ao ponto em que todos teremos a chance de dizer: “Tenho um agente comunitário de saúde no meu bairro”.

Nessa realidade, não há a menor dúvida de que a compreensão e a aplicação do ESG estarão mais completas, com todas as letras da sigla sendo se complementando em equilíbrio.

*Pedro Marton Pereira é CEO e cofundador da epHealth, empresa de tecnologia para saúde e pesquisas clínicas

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