Muito comum no Carnaval, a intoxicação alcoólica é uma questão de saúde séria, que leva muitos foliões a procurarem os serviços de saúde nessa época do ano. Popularmente conhecida como embriaguez, ela é causada pelo consumo rápido de uma grande quantidade de álcool, fazendo com que a substância e seus metabólitos se acumulem na corrente sanguínea mais rapidamente do que podem ser metabolizados pelo fígado.
Os sintomas incluem tontura, náuseas, vômitos, alterações na fala e/ou perda de controle sobre os movimentos do corpo. Em casos graves, a intoxicação alcoólica pode provocar coma e até mesmo a morte.
À medida que a ingestão alcoólica aumenta, a coordenação motora e a tomada de decisões são prejudicadas. Também há um comprometimento no controle dos impulsos, o que aumenta o risco de sérios danos à saúde.
Continuar a beber após sinais claros de embriaguez pode expor a pessoa a consequências ainda mais graves, como uma intoxicação severa por uso de álcool, mais conhecida como overdose alcoólica.
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A alta concentração de álcool no sangue provoca um desequilíbrio em áreas do cérebro que controlam as funções básicas, como respiração, frequência cardíaca e controle de temperatura.
Nessas condições, os riscos são seríssimos: a pessoa sente confusão mental e apresenta dificuldade em permanecer desperto e em respirar, a pele fica úmida e a temperatura corporal cai extremamente. Vômito e convulsões também podem ocorrer.
É perigoso presumir que uma pessoa inconsciente ficará bem dormindo. Por isso, atenção redobrada, pois um risco potencial da intoxicação alcoólica é o engasgo com o próprio vômito e a morte por asfixia.
Ao notar que uma pessoa apresenta um ou mais sinais de intoxicação, aja rapidamente e peça ajuda médica imediatamente, ligando para 192 (Samu).
Ressaca também merece atenção
Mesmo a ressaca, tão comum entre todos os tipos de bebedores, não deve ser normalizada.
Resultado da intoxicação alcoólica, que aparece no dia seguinte à embriaguez, ela traz prejuízos no funcionamento cognitivo, afetando a memória de curto e longo prazo, a velocidade psicomotora e a atenção sustentada.
Sem contar os sintomas mais conhecidos, como desidratação, fadiga, dor de cabeça, irritação gastrointestinal, hipoglicemia e alteração no padrão e qualidade do sono.
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Como evitar que a diversão se torne uma emergência médica?
Como médico que trabalha há mais de 40 anos com o uso nocivo do álcool e sua prevenção, minha orientação é: para quem decidir beber, faça isso dentro dos limites da moderação. Procure se alimentar antes e durante a ingestão alcoólica e intercale os drinques com água ou outra bebida sem álcool.
Além disso, é sempre importante reforçar que em algumas situações nenhuma quantidade de álcool deve ser consumida. Isso vale para quem tem menos de 18 anos, está grávida, faz uso de alguns medicamentos, tem alguma doença associada ao álcool ou vai dirigir.
Aproveite intensamente os momentos de lazer e diversão, mas cuide-se! Beber em excesso não é divertido, nem para você e nem para familiares ou amigos.
*Arthur Guerra é psiquiatra e presidente do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool.