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Inteligência artificial contra as doenças reumáticas

Médico comenta as diferentes maneiras pelas quais a tecnologia pode beneficiar quem sofre com lúpus, artrite reumatoide e companhia

Por Rodrigo de Oliveira, reumatologista*
Atualizado em 29 jul 2024, 15h35 - Publicado em 28 jul 2024, 07h00
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Tecnologias à base de IA estão transformando a saúde  (Freepik/Reprodução)
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A inteligência artificial (IA) tem revolucionado diversas áreas da medicina, incluindo o diagnóstico e tratamento de doenças reumáticas.

A seguir, entenda como essas tecnologias estão mudando a reumatologia e o que isso significa para pacientes e profissionais de saúde.

Introdução às tecnologias inovadoras

A chamada quarta revolução industrial trouxe avanços tecnológicos com siglas e termos com as quais nem todos estão familiarizados. Entre elas:

  • Inteligência artificial (IA): Sistemas que simulam a inteligência humana e podem se aprimorar com o tempo.
  • Machine learning: Subcampo da IA que usa algoritmos para analisar dados, aprender e fazer previsões.
  • Realidade virtual: Criação de ambientes digitais interativos.
  • Realidade aumentada: Sobreposição de elementos digitais ao mundo real.

IA na reumatologia

Muitas doenças reumáticas, como a artrite reumatoide e o lúpus, são complexas e desafiadoras. A IA oferece suporte valioso em várias áreas essenciais:

  • Melhora da precisão diagnóstica: A IA aumenta a precisão dos diagnósticos, ajudando a identificar padrões e alterações em exames que podem passar despercebidos em avaliações tradicionais.
  • Triagem e acompanhamento de enfermidades: Ferramentas de IA são utilizadas para a triagem eficiente de pacientes, monitoramento contínuo de condições crônicas e ajustes nos planos de tratamento com base na evolução de cada um. Um excelente exemplo disso é um estudo de 2023 que explorou o uso de captura de movimento da mão com uma única câmera como um biomarcador digital para a atividade da doença em artrite reumatoide, utilizando visão computacional.
  • Decisão terapêutica: A IA analisa grandes volumes de dados clínicos para recomendar as opções de tratamento mais eficazes, personalizando os cuidados de acordo com as características individuais de cada paciente.
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Precisão diagnóstica

Um estudo de 2022 mostrou que a IA, por meio de uma análise estruturada batizada de Ada, teve uma precisão diagnóstica de 70%, superior aos 54% dos médicos. Isso destaca o potencial da tecnologia para flagrar doenças.

Atualmente, sistemas computadorizados de suporte à decisão diagnóstica (CDDSSs) podem ser utilizados. Essas ferramentas valiosas podem ajudar os médicos a tomar decisões melhor informadas e oferecer recomendações baseadas em evidências.

Os CDDSSs são empregados em diversas áreas:

  • Ferramentas para interpretação de exames de imagem: Sistemas de IA podem analisar radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas para detectar sinais de artrite reumatoide e outras doenças reumáticas. Essas ferramentas conseguem identificar erosões ósseas e inflamações articulares com maior precisão do que a avaliação humana tradicional.
  • Análise de grandes volumes de dados: Ferramentas de IA analisam grandes conjuntos de dados laboratoriais para identificar padrões que podem indicar a presença de doenças reumáticas. Isso inclui a análise de marcadores inflamatórios e autoanticorpos que são típicos em condições como estas.
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Além disso, a IA utiliza algoritmos avançados para prever como diferentes pacientes responderão a tratamentos específicos, o que melhora a eficácia terapêutica e minimiza efeitos colaterais.

+ Leia também: Números atestam: inteligência artificial está se tornando praxe na saúde

Conclusão

A integração da IA na reumatologia tem um grande potencial transformador para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças reumáticas, melhorando a precisão diagnóstica, agilizando a triagem de pacientes e personalizando decisões terapêuticas.

Entretanto, sua eficácia depende de dados de qualidade e da complexidade da doença. A IA é particularmente eficaz em condições bem estudadas, como artrite reumatoide, espondiloartrites e lúpus, mas enfrenta desafios com doenças mais raras.

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A supervisão humana contínua é essencial para garantir a precisão e evitar vieses. Toda tecnologia do tipo deve ser desenvolvida com rigorosos protocolos de proteção de dados e sua interpretação requer conhecimento especializado dos profissionais de saúde. A responsabilidade entre ferramenta e médicos deve ser claramente definida.

* Rodrigo de Oliveira, membro das Comissões de Ensino e Tecnologia da Informação da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR)

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