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Hipermobilidade das articulações é normal ou sinal de problema?

Tem gente que consegue dobrar certas áreas do corpo tal qual um contorcionista. Médica explica o que está por trás dessa característica

Por Simone Appenzeller, reumatologista*
2 Maio 2023, 09h48

Denominamos hipermobilidade articular quando você consegue movimentar suas articulações mais do que a maioria das pessoas, sem dor e sem uma doença associada, tal qual um contorcionista.

Isso é possível devido a um aumento de flexibilidade associado à frouxidão ligamentar e articular.

Em torno de 10% a 30% das pessoas têm uma ou mais articulações com hipermobilidade, sendo que essa característica é mais frequentemente observada em crianças e mulheres.

E se houver dor?

Quando a hipermobilidade vem acompanhada de dor, denominamos de síndrome de hipermobilidade.

A causa do desconforto não é totalmente conhecida, mas pode estar relacionada a fatores como instabilidade articular, entorses, lesões articulares, dor muscular e prejuízos na propriocepção (que é a capacidade do corpo de sentir sua localização e seus movimentos).

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É importante destacar ainda que existem algumas doenças genéticas raras que podem vir acompanhadas de frouxidão ligamentar, a exemplo da síndrome de Ehlers-Danlos, síndrome Marfan e osteogênese imperfeita.

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Nesses casos, a hipermobilidade é um dos sintomas, podendo-se observar também hiperelasticidade da pele, luxação do cristalino, perda auditiva ou fraturas ósseas frequentes, entre outros indícios.

hipermobilidade-exemplos
Figura mostra exemplos de posições que mostram a elasticidade dos membros (Ilustração/Divulgação)

Como identificar a hipermobilidade

Dá para avaliar se há aumento da flexibilidade nas articulações ao focar especialmente nas mãos, nos cotovelos, nos joelhos e na coluna lombar.

Por exemplo: você consegue colocar as palmas das mãos no chão com os joelhos completamente estendidos? E encostar o polegar na superfície flexora do antebraço como na figura acima? Consegue estender os dedos das mãos, braço e joelhos mais do que as outras pessoas?

+ Leia também: Além das articulações: doenças reumáticas podem afetar vários órgãos

O diagnóstico é simples e pode ser realizado pelo médico por meio de perguntas e exame físico.

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Na maioria das vezes não é necessário fazer exames complementares para confirmar o diagnóstico.

A hipermobilidade pode afetar outros órgãos?

Essa condição não afeta outros órgãos além das articulações e dos ligamentos.

Crianças podem ter um grau de hipotonia muscular (isto é, uma diminuição do tônus muscular), estando associado à maior flexibilidade.

Porém, estudos têm demonstrado uma frequência maior de osteoartrite, fibromialgia e ansiedade em pessoas com hipermobilidade ou síndrome da hipermobilidade.

É uma condição genética?

A hipermobilidade é geralmente observada em mais de um membro da família, em graus variados.

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Existem genes associados à produção ou modulação de colágeno e que parecem estar associados à hipermobilidade. Porém, ainda não há resultados conclusivos, e são necessários mais estudos.

Nos casos das doenças genéticas que cursam com hipermobilidade, os genes associados já foram identificados.

Quais as orientações para quem tem hipermobilidade?

A hipermobilidade não tem cura, é uma característica da pessoa.

Quando não provoca sintomas, não tem indicação de tratamento medicamentoso específico.

Exercícios físicos são fundamentais para manter um estilo de vida saudável e podem ser realizados por quem tem hipermobilidade, desde que não causem dor.

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+ Leia também: Remédio se mostra eficaz contra duas doenças das articulações

Se houver dor, deve-se procurar um médico para avaliação e realizar as atividades físicas com orientação de um fisioterapeuta e/ou educador físico.

Em geral, exercícios de baixo impacto são mais indicadas, como natação, andar de bicicleta e praticar pilates.

O objetivo é obter um fortalecimento muscular e reduzir lesões decorrentes da hipermobilidade.

+ Leia também: Nimesulida: o que é, para que serve, como tomar e cuidados

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O médico pode ainda indicar o melhor tratamento medicamentoso de acordo com a intensidade do incômodo e características do paciente.

Dá para recorrer, por exemplo, a analgésicos e/ou anti-inflamatórios, entre outros.

Órteses podem ser utilizadas para proteção articular durante as atividades físicas.

Na presença de cavo – quando o arco faz uma curva exagerada –, situação frequentemente encontrada em pessoas com hipermobilidade, o uso de palmilhas é indicado e auxilia no alívio de dores.

* Simone Appenzeller é reumatologista, membro da Sociedade Paulista de Reumatologia e Professora Titular de Reumatologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

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