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Gota: a doença que atormenta o homem há séculos

Médica explica o que está por trás da doença, quais os principais sintomas, como é feito o diagnóstico e qual o melhor jeito de tratar

Por Renata Rosa, reumatologista*
2 dez 2022, 13h59

Descrita por Hipócrates dois séculos antes de Cristo, a gota foi chamada de “Doença dos Reis” porque a nobreza e os intelectuais da Idade Média e dos séculos XVII e XVIII pareciam mais vulneráveis a essa moléstia.

O que é a gota

A gota é uma doença inflamatória que ocorre por conta do aumento de ácido úrico no sangue, o que os médicos chamam de hiperuricemia.

Quando o excesso dessa produção não é eliminado pelos rins, ocorre um depósito de cristais (ou monourato de sódio) nas articulações, causando inflamação e, consequentemente, dor, calor, vermelhidão e inchaço.

A gota acomete principalmente as articulações do dedão do pé (hálux), tornozelos e joelhos.

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O sintoma mais comum consiste em dor lancinante (isto é, pontadas agudas muito fortes), que frequentemente começa durante a madrugada e, por ser tão intensa, chega a acordar o paciente. Para ter ideia, é difícil suportar o peso do lençol na área dolorida.

Embora qualquer articulação possa ser afetada, sobretudo as dos membros inferiores, a do dedão é a vítima mais frequente na primeira crise, sendo conhecida como podagra.

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A gota também pode ser caracterizada por depósitos de cristais debaixo da pele, formando protuberâncias localizadas nos dedos, cotovelos, joelhos e pés. Conhecidos como tofos, podem causar deformidades e diminuir a amplitude articular.

+ Leia também: Doenças reumatológicas limitam a vida da mulher

Considerada uma das doenças reumatológicas mais comuns, a gota tende a acometer homens adultos (são dois a sete homens para cada mulher). A maior incidência é entre 40 e 50 anos.

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Já as mulheres raramente desenvolvem gota antes da menopausa, devido à maior excreção de ácido úrico na urina durante o período fértil. De forma geral, estima-se que a gota atinja aproximadamente 4% da população.

As principais causas

Nas últimas décadas, observou-se um aumento expressivo de casos de gota em diversos países, possivelmente relacionado a diferentes fatores:

  • Alimentação, com maior ingestão de proteínas, bebidas adoçadas, bebida alcoólica
  • Aumento da longevidade
  • Uso de alguns medicamentos prescritos nas doenças cardiovasculares (como os diuréticos)
  • Presença de outras comorbidades, como obesidade, hipertensão e dislipidemia (gordura no sangue)

Como acontece o diagnóstico

Normalmente, é feito por avaliação clínica e exames de dosagem de ácido úrico no sangue e na urina, associados aos de imagem (ultrassom e radiografias) das articulações acometidas.

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No entanto, o método “padrão-ouro” para o diagnóstico definitivo da identificação dos cristais é baseado no líquido aspirado da articulação acometida.

+ Leia também: Você sabe quais são as doenças reumáticas?

Como é o tratamento

A gota não tem cura, mas pode ser bem controlada. O tratamento ocorre em duas etapas: na primeira, o objetivo é aliviar a dor, diminuir a inflamação e a incapacitação articular, com uso de anti-inflamatórios comuns, a colchicina e/ou corticosteroides.

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A segunda etapa é uma terapia de longo prazo e visa a redução da uricemia e a prevenção da formação de novos cristais.

O método mais efetivo para alcançar essas metas é a redução de uratos, com o uso de alopurinol e a benzobromarona, disponíveis no mercado brasileiro.

Nos casos de intolerância ou falha por ineficácia, o febuxostate e a pegloticase surgem como alternativas terapêuticas. No entanto, não há previsão da entrada desses medicamentos no Brasil.

A Sociedade Paulista de Reumatologia alerta para a importância do diagnóstico preciso e do tratamento dos pacientes com gota, que necessitarão de terapia ao longo da vida para reduzir as complicações associadas à doença. O reumatologista é o médico especialista capacitado a cuidar do paciente com gota.

*Dra. Renata Rosa é reumatologista membro da Sociedade Paulista de Reumatologia, assistente responsável pelo ambulatório de Artrites Microcristalinas da Reumatologia do HSPE e doutora em reumatologia pela FMUSP

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