Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Estresse da pandemia pode levar a crises recorrentes de enxaqueca

Especialista mostra como a tensão causada pelo coronavírus interferiu no número e na intensidade de crises de enxaqueca. E como controlar as dores de cabeça

Por Thais Villa, neurologista*
Atualizado em 21 jul 2021, 10h52 - Publicado em 22 abr 2021, 12h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ansiedade, estresse, angústia, rotina inadequada de sono. Somam-se a esses fatores os outros que vieram com a pandemia: o medo do coronavírus em si, as preocupações financeiras, a sobrecarga de trabalho e o isolamento prolongado. Com tudo isso, observamos um aumento de frequência e intensidade das crises de enxaqueca, uma doença neurológica e genética, que tem na dor de cabeça seu sintoma mais conhecido.

    Essa é uma enfermidade muito mais comum do que se imagina: no país, acomete 20% das mulheres e até 10% dos homens, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia. Ela ocupa a sexta posição entre as doenças mais incapacitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde. É também uma das principais causas de absenteísmo e queda de produtividade.

    A doença é considerada crônica quando se manifesta em pelos menos 15 dias por mês. O diagnóstico é clínico, isto é, nenhum exame é capaz de identificar a doença.

    Na infância, a enxaqueca se manifesta de forma semelhante em ambos os sexos. A partir da adolescência, as mulheres costumam ter crises mais graves e frequentes do que os homens devido ao gatilho hormonal do ciclo menstrual. Depois dos 50 anos, ela volta a afetar da mesma maneira o sexo masculino e o feminino.

    As crises podem durar de quatro a 72 horas. A dor de cabeça moderada a severa é latejante e atinge a testa e as têmporas, podendo descer até o pescoço e os ombros. Ela é acompanhada de intolerância a luz, barulhos e cheiros; sensação de má digestão refluxo, náuseas e, às vezes, vômitos.

    Continua após a publicidade

    + Saiba reconhecer os diferentes tipos de dor de cabeça

    Cerca de 30% dos pacientes apresentam enxaqueca com aura, um sintoma visual que faz a pessoa enxergar pequenos brilhos ou luzes. A própria visão fica embaçada em certas ocasiões.

    O estresse está entre os fatores que desencadeiam as crises de enxaqueca. Outros gatilhos importantes são a privação de sono, o jejum prolongado, a pouca ingestão de água, o sedentarismo e o consumo em excesso de cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos e muito condimentados.

    Continua após a publicidade

    Nesses tempos atuais, o medo e as incertezas provocados pela pandemia têm contribuído para aumentar as crises de enxaqueca. O que estamos vendo hoje nos consultórios são pessoas que antes tinham episódios esporádicos e agora são acometidas quase diariamente de dores de cabeça e outros sintomas associados à doença.

    Para piorar, as crises acirram a ansiedade, as oscilações de humor, a irritabilidade, a angústia e outros problemas mentais. Consequências nada positivas em um momento tão desafiador.

    A Covid-19 também contribuiu para o aumento da automedicação. Por medo da infecção pelo coronavírus, muitas pessoas tentam minimizar os sintomas tomando anti-inflamatórios ou analgésicos sem indicação. Acontece que, se a pessoa ingerir medicamentos mais de duas vezes por semana, pode ser vítima da “dor de cabeça de rebote”, uma consequência do excesso de medicamentos e do aumento progressivo das doses necessárias para alívio das crises. O efeito rebote costuma agravar os sintomas e tornar os incômodos mais frequentes e severos.

    Continua após a publicidade

    A boa notícia é que a enxaqueca pode ser controlada. Com remédios adequados e sob prescrição médica, a ocorrência de crises é espaçada e a intensidade dos sintomas, amenizada.

    Segundo o Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento de Migrânea Crônica e o Consenso da Sociedade Brasileira de Cefaleia sobre o Tratamento da Migrânea Crônica, os tratamentos se dividem basicamente em duas vertentes:

    Continua após a publicidade

    Muitos gatilhos das crises de enxaqueca estão relacionados aos hábitos de vida. Manter uma rotina de alimentação balanceada, sono adequado e atividades físicas equilibradas favorece o bem-estar de quem sofre com a doença.

    O paciente deve ainda evitar luzes intensas, o consumo excessivo de álcool e ruídos altos, além de manejar o estresse, ainda mais durante a pandemia.

    *Thais Villa é neurologista e chefe do Setor de Cefaleias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.