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ESG, uma sigla crucial também no setor de saúde

Termo em alta reflete necessidade de atenção com meio ambiente, impacto social e governança. E precisa estar na agenda das empresas do ramo da saúde

Por Samanta Dall´Agnese, VP de Inteligência Clínica da Prontmed*
15 fev 2022, 10h54
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  • A sustentabilidade de um negócio e sua conexão no ecossistema com outras empresas, comunidades e governos passa obrigatoriamente pelo ESG, sigla para Environmental, Social and Governance. Em português, ela traduz a atenção que devemos ter com questões ambientais, sociais e de governança.

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    Enfrentar os desafios atuais sem perder de vista esses três aspectos tornou-se uma meta para qualquer serviço ou empresa que deseja ter vida longa. E na área da saúde não é diferente!

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    Não é fácil virar uma companhia ESG. Trata-se de um processo que exige conhecimento e investimento — não apenas financeiro, mas de tempo, capacitação e engajamento de lideranças. Hoje há empresas em diferentes estágios dessa jornada.

    No setor de saúde, que mobiliza uma cadeia de instituições cuja missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas, os conceitos de ESG são (ou deveriam ser) inerentes ao planejamento e ao dia a dia. Especialmente os fatores sociais. A realidade, porém, indica que há muito a fazer.

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    Começamos pelo quesito ambiental. O descarte de resíduos gerados por estabelecimentos e serviços de saúde pode provocar contaminação no local onde é depositado.

    + Leia também: Quando fazer teste para sair do isolamento por Covid-19?

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    Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o lixo hospitalar não alocado corretamente é responsável por 116 milhões dos casos de hepatite e 900 mil casos de HIV em todo o mundo por ano. Em tempos de pandemia, com o descarte de máscaras na ordem dos bilhões, ser ESG virou uma urgência.

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    Não podemos deixar de mencionar os próprios profissionais da saúde quando falamos nesse assunto. A piora da saúde física e mental de quem cuida do bem-estar dos outros acende um sinal de alerta para o agravamento de um problema que já existe há vários anos.

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    Segundo estudo publicado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) em 2012, em uma década (2000-2009) mulheres médicas morreram dez anos antes que os homens médicos. A pesquisa faz menção específica a mortes por câncer, levando à hipótese de que essas profissionais não conseguem se cuidar devidamente. E traz, ainda, um índice alarmante de suicídio entre as médicas, maior que o da população em geral.

    Mais recentemente, durante a crise da Covid-19, o Medscape, portal de conteúdo para profissionais de saúde, realizou uma pesquisa sobre burnout e ideações suicidas entre médicos. Quase 80% dos entrevistados relataram estar sofrendo do problema e apenas 21% reportaram início dos sintomas após a pandemia.

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    Isso reflete, claramente, as condições de trabalho a que os profissionais estão submetidos, com carga horária exaustiva e agravamento do estresse emocional ao longo do tempo, bem como a necessidade urgente de adotar medidas de conscientização e autocuidado nesse grupo.

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    Nessa direção, a pandemia despertou um novo olhar sobre o ambiente de trabalho. Se por um lado enfrentamos a tensão com o vírus e as mudanças, por outro inúmeras iniciativas ocorreram para melhorar o acolhimento e o apoio a esses profissionais.

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    Entre os bons exemplos, temos a campanha da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) batizada de “Saúde Mental Agora – Compartilhe sua História”, que reúne relatos de profissionais por escrito ou em vídeo, treinamentos e redes de apoio psicológico, como o projeto Psicologia Solidária – Covid-19.

    A tecnologia também tem sido aliada nesse percurso, seja democratizando o acesso a conteúdos de qualidade sobre saúde, seja automatizando tarefas repetitivas e burocráticas, seja oferecendo por aplicativos consultas e sessões de psicoterapia.

    Quando falamos em diversidade, notamos que as lideranças na área da saúde não só estão atentas para a necessidade de mudanças, como já estão se mobilizando para que aconteçam. Uma pesquisa da consultoria PwC mostra que 58% dos líderes entrevistados pretendem tomar ações de diversidade e inclusão nas suas empresas. A indústria farmacêutica parece ser uma das mais avançadas nesse sentido: 77% das companhias afirmam ter foco em ESG.

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    Algumas experiências têm sido desenvolvidas com sucesso. Uma delas é a presença cada vez maior de conselhos formados com base na diversidade entre seus membros.

    Também merece destaque a presença de comitês dedicados ao tema que se reportam diretamente ao Conselho Administrativo da empresa, o que garante independência para fazer diagnósticos e propor planos de ação. A implantação dessas medidas, juntamente com a preocupação ambiental, rendeu ao Grupo Fleury o posto de primeiro colocado no ranking Melhores do ESG na categoria Healthcare da revista Exame em 2021.

    Sem dúvida, o caminho para atingir as metas de ESG é longo e, por isso mesmo, quem chega lá é reconhecido como uma companhia que cuida do meio ambiente, promove impacto social, zela pelos seus funcionários e preza por condutas éticas e transparentes. São valores cada vez mais apreciados tanto pelo mercado como pelos cidadãos.

    * Samanta Dall´Agnese é médica e VP de Inteligência Clínica da healthtech Prontmed

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