Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Com a Palavra Por Blog Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

É possível controlar nossos medos?

Psicóloga mostra como nossos receios se dividem entre aqueles imaginários e os baseados em fatos e de que forma a inteligência emocional pode desarmá-los

Por Anaclaudia Zani Ramos, psicóloga*
Atualizado em 24 out 2021, 11h58 - Publicado em 24 out 2021, 11h58
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Segundo o Our World In Data, em 2017, 792 milhões de pessoas viviam com um transtorno mental. Isso representa um pouco mais de um entre dez indivíduos pelo mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, cerca de 19 milhões de pessoas têm doenças psíquicas que envolvem especificamente respostas de medo persistentes e exageradas a estímulos aparentemente comuns.

    Publicidade

    É preciso entender que o medo é uma emoção primitiva e, tantas vezes, foi o que salvou nossos antepassados do perigo e ajudou a preservar a espécie. Continua ajudando. O cérebro interpreta como risco de vida ou morte inúmeras situações do dia a dia.

    Publicidade

    E é uma emoção que não dá para menosprezar. Começamos a sentir medo de forma mais consciente em torno dos 5 anos de idade, diante de uma ameaça do desconhecido, como o escuro. Na primeira experiência, o cérebro cria parâmetros para dar ao indivíduo essa função de proteção, levando muitas vezes à sua hipervalorização.

    Os medos reais estão embasados em fatos. Enquanto os imaginários estão ligados a criações da nossa mente, que são suposições ou percepções que desenvolvemos porque alguém nos disse algo, por consumirmos informações de caráter negativo ou por sermos atingidos pelo que vemos ou lemos por aí.

    Publicidade

    + LEIA TAMBÉM: O que é transtorno do pânico e como tratar

    Faça um teste: assista a um filme de terror. Se uma cena começar a levá-lo a um estado emocional de pavor, explique para você mesmo na hora: tudo não passa de ficção, esse é um ator que está ganhando para fazer o filme. Racionalizando, o pavor vai embora ou diminui. O diálogo interno é capaz de organizar a emoção.

    Publicidade

    Mas também temos medo do que pode acontecer. Por exemplo, perder o emprego. Você se pergunta: tem motivo para isso? E a resposta: sim, não ou talvez. Se isso acontecer, o que eu vou fazer? Aí seu cérebro já cria um plano de ação com uma resposta: vou procurar outro trabalho ou abrir um negócio próprio.

    Esse tipo de receio está conectado a uma ansiedade, que pode nos ajudar a prever soluções para problemas futuros. Não é raro, porém, que essa reação passe dos limites.

    Publicidade

    As respostas emocionais primitivas estão baseadas no sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, responsável pelo mecanismo de luta e fuga. Assim, toda vez que você tem medo, principalmente quando ele é imaginário, precisa se fazer perguntas que conduzam a uma interpretação racional.

    Continua após a publicidade

    Em cinco segundos, tempo que a comunicação entre os neurônios precisa para você agir mais racionalmente e não reativamente, seu cérebro vai trazer umas 30 soluções ao cenário. É a partir daí que você adequa suas emoções e desenvolve um diálogo interno para resolver o que o aflige.

    Publicidade

    Quando você começa a se questionar de forma frequente, amplia a autopercepção, que é a capacidade de se perceber e de se ajustar para controlar as emoções. A consequência desse processo é o que chamamos de inteligência emocional.

    Caso não consiga fazer isso sozinho, vale procurar a terapia. Uma vez que você aprimora essa técnica, minimiza as chances de sentir medos imaginários e aumenta as probabilidades de se sentir mais seguro.

    * Anaclaudia Zani Ramos é psicóloga e especialista em neurociência e comportamento, com experiência na gestão de pessoas e psicologia jurídica na Delegacia da Mulher da cidade de São Paulo

    Continua após a publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.