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De sono a ioga: destaques de um dos maiores encontros sobre coração

Especialista elenca alguns temas que causaram repercussão no último congresso europeu de cardiologia, um dos maiores do planeta

Por Dr. José Armando Mangione, cardiologista*
Atualizado em 23 out 2019, 10h09 - Publicado em 17 set 2019, 12h18

Não é novidade que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo. Somente no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil pessoas sofrem infartos anualmente e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2040 as mortes por doenças do coração devem ter um aumento de 250%. Diante desses dados, é cada vez mais decisivo estudarmos e discutirmos novas abordagens e tratamentos para os problemas cardiovasculares.

Especialistas de todo o planeta se reuniram entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro em Paris para o ESC Congress 2019, o congresso europeu de cardiologia. Trata-se de um dos principais eventos da área, onde os profissionais podem se encontrar para dialogar e conhecer estudos e descobertas que impactam o dia a dia dos pacientes.

A cardiologia preventiva, por exemplo, ocupou um grande espaço nas sessões do congresso, com alguns temas surpreendentes e muito esclarecedores. Podemos destacar um estudo alemão feito com 3 500 pessoas por 15 anos, que avaliou o impacto da qualidade do sono nos níveis de pressão arterial. A pesquisa comprovou que a pressão se altera muito quando não se dorme adequadamente, reforçando o papel do sono não só contra a hipertensão como na prevenção de males causados pela pressão alta, caso de infarto e acidente vascular encefálico.

Outro trabalho apresentado no evento salientou que, quanto melhor o nível educacional e sociocultural da população, menor a incidência dos eventos cardiovasculares. Isso traduz a necessidade do autocuidado. Quanto mais consciente a população é, mais autocuidado terá, e assim é possível melhorar a qualidade e a expectativa de vida, reduzindo a exposição aos problemas cardiovasculares.

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Outro assunto debatido no ESC que chamou a atenção foi o aumento no número de infartos do miocárdio e o consumo exagerado de energéticos e drogas ilícitas. Uma xícara de café expresso, por exemplo, tem cerca de 60 miligramas de cafeína enquanto o energético chega a ter 600 miligramas. De acordo com um dos trabalhos apresentados ali (e segundo parecer da própria Anvisa), o consumo acima de 300 miligramas é prejudicial para o coração. Ao consumir energéticos, é prudente ficar uma hora sem praticar exercícios físicos, pois, nessas circunstâncias, eles aumentam o risco de se ter um evento agudo no coração.

Além de falar em prevenção, também é necessário abordar a recuperação de pacientes que já enfrentam as doenças cardiovasculares. E o evento sediado na capital francesa trouxe dois estudos indianos que demonstraram o papel da ioga nesse contexto. Os pesquisadores avaliaram durante um ano pacientes que sofreram infartos graves. Além da reabilitação cardiovascular convencional, o acréscimo da terapia com ioga apresentou resultados extremamente positivos.

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Outra abordagem surpreendente é o fato de que, em um futuro próximo, doenças cardiovasculares poderão ser tratadas por meio de terapias gênicas, aquelas que manipulam os genes visando a um ganho para o paciente. Um experimento mostrou que, atuando numa enzima relacionada à síntese do DNA, é possível editar parte do código genético associado à maior propensão a uma doença cardíaca.

Essas e outras novidades apresentadas em Paris permitem aos cardiologistas conhecer a fundo os desafios da área e nos ajudam a pensar em caminhos para atender e tratar melhor as pessoas com doenças cardiovasculares.

* Dr. José Armando Mangione é médico e coordenador do Núcleo de Cardiologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo

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