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Cuidado digno é um direito: a urgência de investir em cuidados paliativos

Precisamos construir um modelo de saúde mais humanizado, que contemple todas as fases da vida

Por Claudia Pedrosa, Presidente da Encosad*
22 Maio 2025, 10h39
Cuidados paliativos são pouco discutidos no Brasil
Cuidados paliativos ainda não estão disponíveis para boa parte da população brasileira.  (Foto: National Cancer Institute/ Unsplash/Divulgação)
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O avanço da medicina permitiu que muitas doenças antes fatais se tornassem crônicas, prolongando a vida e desafiando nossos sistemas de saúde a evoluírem para oferecer não apenas tratamentos, mas também qualidade de vida. Nesse cenário, os cuidados paliativos assumem um papel estratégico e indispensável para pacientes em fase final de vida ou com doenças incuráveis e para seus familiares e cuidadores.

O conceito vai muito além de aliviar a dor física: trata-se de um cuidado integral, que respeita o paciente em sua dignidade, aliviando sofrimentos emocionais, sociais e espirituais. É uma abordagem que compreende a vida até seu último instante com a mesma dignidade com que ela começou.

Entretanto, apesar de sua relevância, o acesso aos cuidados paliativos ainda é restrito no Brasil, muitas vezes reservado a quem pode arcar com atendimentos privados.

+Leia também: Cuidados paliativos: pensar em como queremos morrer faz parte do viver

A boa notícia é que estamos começando a ver iniciativas públicas que colocam esse tipo de assistência como prioridade. Um exemplo emblemático é o Hospital Mont Serrat, em Salvador, inaugurado em janeiro de 2025.

Trata-se do primeiro hospital público especializado em cuidados paliativos do Brasil, um marco histórico que oferece atendimento gratuito e humanizado a pacientes e suas famílias. A experiência do Mont Serrat mostra que é possível promover um atendimento digno em grande escala, reduzindo sofrimentos e também otimizando o uso dos recursos públicos.

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Outro passo fundamental para transformar a realidade brasileira é investir na formação de novos profissionais. Precisamos preparar médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais para atuar com sensibilidade, conhecimento técnico e respeito às especificidades do cuidado ao fim da vida.

A sociedade também precisa estar mais consciente sobre o que são os cuidados paliativos. Precisamos quebrar tabus: aceitar que o fim da vida é parte natural da existência e que todos têm direito a serem cuidados nesse momento com acolhimento, conforto e dignidade.

Neste ano, teremos no Congresso de Atenção Domiciliar da Hospitalar 2025 debates fundamentais sobre esse tema. Vamos discutir a importância da criação de políticas públicas específicas, a integração dos cuidados paliativos com a atenção domiciliar e o papel estratégico das unidades de transição no atendimento a pacientes que necessitam de cuidados prolongados.

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É urgente construir um modelo de saúde mais humanizado, que contemple todas as fases da vida, incluindo o seu desfecho. Defender cuidados paliativos é defender o direito fundamental de viver e de morrer com dignidade.

*Claudia Pedrosa é presidente do Encontro Nacional de Serviços de Atenção Domiciliar (Encosad)

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