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Como saber se tenho arritmia cardíaca?

Médica explica quais os principais sintomas dessa condição e lista as possibilidades de tratamento

Por Fatima Dumas Cintra, cardiologista*
5 Maio 2023, 09h40
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  • Arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo dos batimentos cardíacos.

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    Elas são bastante frequentes na população em geral, mas há uma predileção pelo paciente mais idoso.

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    Embora não sejam necessariamente associadas a alguma cardiopatia ou ao aumento no risco de doenças cardiovasculares, algumas anormalidades do ritmo podem ter consequências sérias – por isso, precisam de diagnóstico e tratamento imediatos.

    Os sintomas de uma arritmia

    Eles são muito variados, mesmo porque a percepção dos batimentos cardíacos é algo individual.

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    São observados desde casos assintomáticos até quadros dramáticos, como a morte súbita.

    As palpitações são os sintomas mais frequentes, normalmente percebidos na região do tórax ou na base do pescoço.

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    + Leia também: Coração acelerado: como saber se é ansiedade ou doença cardíaca?

    As arritmias são comumente relatadas como “falhas no batimento”, “pulos no coração”, “batidas rápidas” ou mesmo “pausas no batimento”.

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    Elas podem vir acompanhadas de sinais de instabilidade circulatória, a exemplo de tontura, sudorese fria, escurecimento visual e sensação de desmaio.

    A ocorrência do desmaio, também chamado de síncope, pode sinalizar uma maior gravidade da arritmia, e é algo que merece atenção do paciente, dos seus familiares e da equipe médica.

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    Vale destacar que a síncope é definida como uma perda transitória da consciência de início súbito, curta duração e recuperação completa e espontânea.

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    Em outras palavras, para se definir que houve um desmaio, o paciente precisa recuperar a consciência espontaneamente, sem nenhuma sequela.

    Dor no peito e falta de ar também podem estar associados a arritmias e, nesses casos, é fundamental afastar a possibilidade de infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca.

    Complicações

    Em alguns casos, a arritmia pode evoluir com parada cardiorrespiratória numa condição chamada morte cardíaca súbita. A morte súbita é totalmente inesperada e, infelizmente, pode ser o primeiro sintoma de uma arritmia cardíaca.

    Em 2/3 dos pacientes, a morte ocorre por uma arritmia secundária ao infarto agudo do miocárdio.

    Todavia, em pacientes abaixo de 40 anos, outras causas são prevalentes, como a miocardiopatia hipertrófica e arritmias associadas a mutações genéticas.

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    O acidente vascular cerebral (AVC) pode ser uma manifestação clínica de uma anormalidade do ritmo cardíaco, chamada fibrilação atrial.

    Trata-se de uma arritmia em que os batimentos são substituídos por movimentos vibratórios nos átrios, e o escoamento de sangue não é realizado adequadamente.

    Como consequência, ocorre um represamento sanguíneo dentro do coração, levando à formação de um trombo que, ao se deslocar, pode ser alojado na circulação cerebral.

    O que fazer diante da suspeita de uma arritmia

    O primeiro passo é procurar um médico. Ele irá não apenas estabelecer o diagnóstico, mas também estratificar o risco, ou seja, verificar a gravidade do caso.

    A confirmação da condição é realizada quando se documenta o traçado eletrocardiográfico no momento da arritmia.

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    Como as alterações do ritmo podem ser esporádicas e de duração curta, conseguir realizar o eletrocardiograma nesse momento é desafiador e, por isso, muitos pacientes ficam longos períodos sem a certeza do diagnóstico.

    + Leia também: Hábito de tomar café pode reduzir risco de arritmia, diz estudo

    Felizmente, com os atuais dispositivos que realizam o eletrocardiograma pelo celular, ou mesmo com a ajuda do relógio de pulso, a documentação ficou mais fácil e constitui uma ferramenta diagnóstica promissora para os próximos anos.

    Ao perceber a arritmia, o próprio paciente pode realizar o registro e encaminhar para seu médico, tornando o processo mais rápido.

    Como é o tratamento da arritmia

    O tratamento deve ser iniciado com medidas de melhoria da qualidade de vida.

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    Entre elas, estão maneirar no álcool, abolir totalmente o cigarro, dormir bem, fazer atividade física e comer de forma equilibrada. Isso será fundamental para o sucesso da terapêutica.

    As taquicardias podem ser tratadas com algumas medicações chamadas de fármacos antiarrítmicos, que auxiliam no controle do ritmo.

    No entanto, a ablação por cateter é uma alternativa bem atrativa. Essa estratégia visa eliminar o foco arritmogênico e, muitas vezes, pode oferecer a cura da arritmia.

    Em alguns casos de arritmias ventriculares associadas à doença cardíaca, o tratamento pode ser complementado por um cardioversor desfibrilador implantável (CDI).

    + Leia também: Cateterismo, angioplastia, ponte de safena: o que eles fazem pelo coração?

    O CDI é um dispositivo que monitora o ritmo cardíaco e, na ocorrência de um evento arrítmico grave, ele dispara um choque para o retorno ao ritmo normal, evitando a morte do paciente.

    O marcapasso também é uma possibilidade nos casos em que os batimentos estão muito lentos ou há pausas inapropriadas.

    *Fatima Dumas Cintra é cardiologista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas – SOBRAC

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