Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Cigarro continua vilão em casos de impotência, câncer e outros males

No Dia Mundial Sem Tabaco, médico alerta para a associação entre o cigarro e disfunção erétil, câncer de bexiga e complicações do coronavírus

Por Dr. Henrique Rodrigues, urologista*
31 Maio 2020, 09h16
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Não bastassem os indícios de que o tabagismo aumenta a propensão a quadros graves de Covid-19, outro importante alerta sobre os malefícios do cigarro saiu há pouco no periódico médico International Brazilian Journal of Urology. Uma pesquisa feita por especialistas da Turquia mostra a conexão entre o vício e a disfunção erétil.

    O trabalho concluiu que a capacidade de ter e manter ereção é diretamente proporcional ao nível de exposição ao cigarro e que parar de fumar melhora a função sexual.

    Além desse impacto na qualidade de vida, sabemos que o tabagismo eleva o risco de doenças cardiovasculares e tumores não apenas no pulmão. Ele pode aumentar em até 70% a probabilidade de um câncer de bexiga. E o alerta se estende a fumantes passivos.

    O cigarro contém mais de 4 mil substâncias, das quais pelo menos 60 são comprovadamente tóxicas. Na sua conta recai a responsabilidade por cerca de 50 doenças, numa lista que ainda inclui hipertensão, AVC e até mesmo morte súbita.

    Estima-se que mais de 155 mil mortes por ano no Brasil sejam em razão de problemas causados pelo tabagismo. Como urologista, aproveito o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado no 31 de maio, para apontar pelo menos dois motivos não tão conhecidos para, se for o caso, você finalmente parar de fumar.

    Fator de risco para impotência sexual

    A disfunção erétil entra em cena quando o homem não consegue manter ereção para uma atividade sexual satisfatória. O tabagismo aumenta a possibilidade de isso acontecer porque suas substâncias nocivas afetam os vasos sanguíneos, aumentam a formação de placas nas artérias e dificultam a circulação do sangue para o pênis.

    Continua após a publicidade

    Com o passar dos anos, a tendência é que o fumo provoque entupimento dos vasos da região, impedindo que o sangue chegue com força suficiente aos corpos cavernosos a fim de manter a ereção. Não por menos, a disfunção erétil é inclusive um marcador para doenças cardíacas: pessoas com o problema correm maior risco de infartar.

    No estudo recém-publicado por médicos turcos, eles compararam os efeitos do tabagismo em 181 homens entre 30 e 60 anos antes e após seis meses de suspensão do fumo. Notaram, então, que parar de fumar melhora a função sexual.

    Outra pesquisa corrobora o achado. Esta, envolvendo dados de quase 4 milhões de pessoas e divulgada no The Journal of Sexual Medicine, chegou à mesma conclusão após investigar a relação entre disfunção erétil e estilo de vida não saudável, marcadores genéticos e outras condições de saúde.

    Nesse sentido, outras recomendações são bem-vindas para evitar o problema, tais como manter uma dieta equilibrada, não consumir bebida alcoólica em excesso e praticar atividade física regularmente.

    Continua após a publicidade

    Perigo para a bexiga

    Como adiantei, o tabagismo também está associado a diversos tipos de câncer, entre eles os de pulmão, rins, bexiga e sangue. Analisando os danos do cigarro nesses quatro casos, todos envolvendo órgãos e meios pelos quais o corpo elimina impurezas, podemos entender que os componentes químicos do cigarro são absorvidos nos pulmões, passam pela corrente sanguínea, são filtrados pelos rins e chegam à urina na bexiga. Nesse trajeto eles podem causar estragos.

    Pouca gente liga o vício ao câncer de bexiga. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para 2020 é que tenhamos no país mais de 10 mil casos, sendo 7 590 em homens e 3 050 em mulheres. Vale reparar que os brasileiros também fumam mais que as brasileiras.

    O principal indício da presença de um tumor na bexiga é a hematúria, popularmente conhecida como sangue na urina, mas também podem ser notados dor e urgência para urinar.

    Para fazer o diagnóstico, podemos solicitar exame microscópico da urina, ultrassom, cistoscopia e biópsia. O tratamento passa pela retirada da área comprometida ou, caso o tumor seja do tipo invasivo, com o uso de radioterapia, quimioterapia ou mesmo remoção integral da bexiga. Felizmente, hoje já existem técnicas que permitem a reconstrução desse órgão utilizando tecido tirado do intestino.

    Continua após a publicidade

    Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no tratamento.

    Mas homens e mulheres devem fazer sua parte desde já pensando na prevenção. E essa é mais uma razão para largar o cigarro de vez. Se você não consegue parar sozinho, procure ajuda especializada. O próprio SUS oferece gratuitamente apoio para quem deseja vencer a dependência.

    * Dr. Henrique Rodrigues é urologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e membro da Associação Americana de Urologia e da Associação Europeia de Urologia

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.