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Burocracia impede pacientes com leucemia de fazerem exame vital

Um método de monitoramento já aprovado para o setor público está sendo pouco usado contra esse câncer por um detalhe técnico. O que fazer para mudar isso?

Por Dra. Carla Boquimpani, hematologista*
Atualizado em 29 Maio 2023, 13h06 - Publicado em 6 ago 2019, 12h04
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  • Ter acesso efetivo a tratamentos de câncer vai além da incorporação de novas terapias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Existem casos em que até o que já faz parte da diretriz do governo não é cumprido, principalmente devido a falhas burocráticas.

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    É o que está acontecendo com um importante exame de monitoramento para dois tipos de leucemia. Chamado PCR, trata-se de um teste molecular que quantifica a resposta ao tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC), a mais prevalente em adultos acima de 50 anos, e de um subtipo da leucemia linfoblástica aguda (LLA), o principal câncer infantil.

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    Os pacientes vêm sendo impedidos de realizar esse exame adequadamente por causa da falta de um código de reembolso pelo sistema público. É basicamente um número que o profissional deveria preencher no sistema – sim, a falta de um simples código está afetando o tratamento.

    Poucos centros conseguem buscar soluções alternativas, como financiamento próprio, para garantir um uso mínimo do exame. E apenas 30% da população brasileira tem acesso a plano de saúde particular. Consequentemente, a maioria dos pacientes fica longos períodos sem monitorar a doença.

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    Existe urgência no tema, porque o acompanhamento adequado é parte imprescindível do tratamento de qualquer patologia. No caso dessas leucemias, ele é determinante para saber se o paciente está respondendo à medicação ou se será necessário mudar para outra opção.

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    Ninguém imagina tratar pacientes diabéticos sem avaliar suas taxas de glicose no sangue. Para o tratamento de leucemia, a lógica deveria ser a mesma.

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    Acompanhar a efetividade dos procedimentos médicos nos dá a certeza de oferecer a melhor estratégia ao paciente. Fora que isso reduziria custos que surgem com o agravamento súbito do quadro, que poderia ser evitado pela identificação precoce da necessidade de troca de recurso terapêutico.

    Para os pacientes com LMC, tipo de leucemia não hereditário e o segundo mais incidente, o tratamento padrão consiste em uma medicação de uso diário, ingerida via oral. Já para a LLA, a quimioterapia geralmente é feita em ciclos e administrada por injeção.

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    Os dois tratamentos estão disponíveis pelo SUS. Mas ambos demandam um acompanhamento adequado, feito com o exame PCR.

    Até o dia 12 de agosto, a população pode participar de consulta pública que avalia a incorporação efetiva do exame PCR pelo SUS. Apesar de muitos desconhecerem, essas consultas têm um papel fundamental na discussão sobre o acesso a tratamentos e na inclusão da sociedade nos processos de tomada de decisão do governo.

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    Ao apoiar essa causa, a população contribui para ampliação dos direitos dos pacientes com leucemia. É fácil participar: basta acessar o site da Conitec, órgão do governo responsável pela incorporação de novos tratamentos e exames, clicar na consulta 38 e seguir as instruções.

    *Por Dra. Carla Boquimpani, hematologista do Hemorio

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