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Andar para trás pode reduzir a dor nos joelhos, mostra estudo

É isso mesmo: andar de costas é capaz de reorganizar o corpo. Além disso, traz benefícios para a mente. Especialista ensina como dar início à atividade

Por Por Mariana Schamas, cinesiologista*
25 dez 2022, 11h12
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  • Seus joelhos choram quando precisam subir ou descer escadas? E você já fica preocupado quando precisa se sentar em um lugar baixo? Pois é… esse tipo de atividade pode se tornar uma modalidade olímpica para quem tem dor nos joelhos.

    Mas sabia que andar para trás, ou de costas, pode ser uma opção de alívio diante desse problema? Pois é: e quem traz essa boa nova é a ciência.

    Quando li o artigo sobre walking backwards and its benefits (os benefícios de andar para trás, ou de costas), a primeira imagem que me veio à mente foi o moonwalking, aquele famoso passo de dança do ícone pop Michael Jackson.

    O fato é que fazer caminhas programadas desse jeito peculiar, ou seja, andando para trás, é capaz de organizar várias questões no corpo.

    Por dentro da dor no joelho

    Uma das causas do problema é a osteoartrite ou artrose (OA), que é prevalente no mundo inteiro. Mas, no Brasil, o cenário chega a ser preocupante.

    Um artigo publicado este ano na American College of Rheumatology mapeou a evolução da doença e encontrou uma alta global de casos de 113,25% no período estudado – entre 1990 e 2019. O aumento foi de 247,5 milhões em 1990 para quase 528 milhões em 2019.

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    + Leia também: Caminhar é preciso – entenda o poder da caminhada

    Constata-se que, no Brasil, cerca de 12 milhões de brasileiros têm osteoartrite, o equivalente a 6,3% da população adulta.

    A prevalência aumenta entre idosos: depois dos 65 anos, 85% apresentam evidência radiológica da doença, que pode se manifestar com sintomas como inchaço e dor nas articulações, estalos e ruídos com movimentos, diminuição da mobilidade e medo de se mexer (também conhecido como cinesiofobia).

    Artrite e artrose são a mesma coisa?

    Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a resposta é sim.

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    Osteoartrite, ou artrose, é caracterizada como uma doença articular degenerativa dentro da categoria “reumatismos”. Ela se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, vulgarmente conhecidas como “bicos de papagaio”.

    As causas variam bastante: podem ser defeitos das articulações com desvios, alterações metabólicas ou até razões desconhecidas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a osteoartrite é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho.

    + Leia também: Você sabe mesmo quais são as doenças reumáticas?

    Um estudo publicado em 2021 no Complementary and Alternative Therapies for Pain Management nos mostra que andar de costas – em conjunto com tratamentos convencionais – traz benefícios aos pacientes que sofrem com essa condição.

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    Entre as vantagens estão melhora da estabilidade, além de uma maior qualidade da propriocepção, que é a habilidade que o corpo tem de ajustar a musculatura para se adaptar a solos diferentes.

    Há ainda redução do nível de dor e diminuição da incapacidade funcional em comparação ao tratamento convencional sozinho.

    Seu joelho nem dói tanto assim? Pois saiba que, independentemente disso, andar para trás é uma atividade bastante interessante. Confira outras vantagens:

    1. É um jeito simples de estimular músculos diferentes e desafiar sua mente a se concentrar
    2. Desenvolve maior consciência corporal
    3. Melhora o humor
    4. Motiva a sair da zona de conforto
    5. Melhora o controle dos pensamentos e da cognição
    6. Melhora a visão
    7. Aumenta a força dos músculos das pernas
    8. Aumenta níveis de energia e eleva o metabolismo
    9. Melhora a técnica de caminhada
    10. Melhora a dor dos joelhos

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    Outros estudos, publicados no Journal of Biomechanics e no International Journal of Sports Medicine, estão atentos a corrida e caminhada de costas em relação à melhora da aptidão cardiorrespiratória.

    Como se vê, o “moonwalking” é coisa séria! Devemos levar esse exercício em consideração e, principalmente, colocá-lo em prática.

    Como dar início à atividade

    Recomendo ir a um lugar conhecido e, de preferência, levar alguém com você. Em duplas é mais seguro. Uma pessoa vai de frente e, a outra, de costas. Vocês podem dar os braços ou um apoiar a mão no ombro do outro. Assim, aos poucos, você vai ganhando segurança e familiaridade. Depois, troque o sentido e perceba a diferença.

    Quando eu experimentei, a primeira coisa que notei foi o foco: ele mudou completamente. Eu estava totalmente focada na caminhada, não pensava em mais nada. Foi uma experiência meditativa no “aqui” e no “agora”. Depois, senti os músculos da parte posterior da perna mais aquecidos e presentes. Recomendo!

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    Mariana Schamas é cinesiologista, pós graduada em dor crônica e criadora do Dolori App e Mètodo ECAD – Estratégias Comportamentais no Alívio da Dor

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