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Além de outubro. Além do rosa. Além das mamas

As brasileiras precisam e merecem mais atenção e cuidado integral em saúde

Por Angélica Nogueira, médica oncologista*
17 out 2025, 14h00
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O câncer de mama envolve diversas nuances (Ilustração: Thuylars/Veja Saúde)
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Estamos vivenciando mais uma edição do Outubro Rosa, movimento fundamental que mobilizou a sociedade em torno da prevenção e do tratamento do câncer de mama.

Mas a pauta do mês passado foi igualmente inspiradora: a campanha Setembro em Flor multiplicou ações de conscientização pelo país e ganhou visibilidade simbólica com o Congresso Nacional iluminado.

O objetivo foi claro: chamar a atenção para um problema de saúde pública menos conhecido e discutido pela sociedade — os cânceres ginecológicos, que podem ser evitados com exames preventivos e a vacina do HPV.

Liderada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), a iniciativa cumpre papel essencial ao colocar sob holofote doenças como câncer de colo do útero, de ovário, de endométrio, da vulva e da vagina.

Esses tumores impactam milhares de brasileiras e ainda estão cercados de estigmas, desinformação e atraso no diagnóstico.

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Seis em cada dez mulheres no Brasil não sabem, por exemplo, que o vírus HPV é o principal causador do câncer de colo do útero. O resultado é devastador: as coberturas da vacina anti-HPV estão aquém do necessário.

Além disso, menos de 30% das brasileiras realizam o exame preventivo, o papanicolau, regularmente.

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Tais dados nos espantam quando contrastados a outras estatísticas: são estimados 17 mil novos casos de câncer de colo do útero apenas em 2025 e quase 8 mil vidas são perdidas todos os anos por uma doença evitável.

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Para mudar o cenário, a vacinação contra o HPV precisa ser tratada como prioridade absoluta. É urgente ampliar a cobertura em meninas e meninos e combater o desconhecimento e as fake news. O retorno da vacinação em escolas é crucial, uma vez que o público-alvo da vacina, de 9 a 14 anos, não frequenta regularmente os postos de saúde. Os países com as taxas mais altas de cobertura vacinal, como Austrália e Reino Unido, têm seus programas baseados em escolas.

Em paralelo, a implementação no SUS do teste de DNA-HPV, mais eficaz que o papanicolau, poderá salvar milhares de vidas com identificação precoce das pacientes em risco.

Os avanços recentes anunciados pelo Ministério da Saúde em relação ao câncer de mama mostram que mudanças estruturais são possíveis. A incorporação de novos medicamentos e a ampliação da mamografia a partir dos 40 anos e a qualquer idade diante de suspeitas representam um salto de qualidade.

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+Leia Também: Câncer de mama: chega ao SUS medicamento que pode reduzir mortalidade em 50%

Esses progressos precisam servir de inspiração para os tumores ginecológicos, sobre os quais ainda paira uma invisibilidade social e histórica. Nosso movimento representa, assim, uma virada. Uma primavera que engaje mulheres e traga mudanças, a exemplo do Outubro Rosa.

O cuidado integral da mulher começa muito antes do diagnóstico. São necessárias campanhas permanentes e ações conjuntas que apoiem as cidadãs em todas as suas necessidades e etapas da vida, inclusive na jornada como paciente.

É hora de dar um passo além. Além de outubro, além do rosa, além das mamas. As brasileiras precisam. As brasileiras merecem.

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Angélica Nogueira é oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc)

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