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45 anos do bebê de proveta: a revolução da fertilização in vitro (FIV)

Método não só mudou um campo da medicina como teve repercussões sociais e alterou a forma de encarar a maternidade e a paternidade

Por Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana*
26 jul 2023, 11h30
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Os avanços da medicina reprodutiva estão aumentando as chances de sucesso quando há infertilidade no casal. (Ilustração: Ricardo Davino/SAÚDE é Vital)
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Ao longo dos séculos, a medicina tem sido responsável por descobertas e avanços que mudaram radicalmente a forma de viver e realizar nossos sonhos. Entre essas conquistas notáveis, está a fertilização in vitro (FIV), que completa 45 anos desde o nascimento do primeiro bebê com a técnica, na Inglaterra, em 25 de julho de 1978.

A FIV revolucionou não só a área da reprodução humana como também a sociedade e a cultura, abrindo novas possibilidades a quem não podia ter filhos.

Aproximadamente 8 milhões de pessoas no mundo nasceram por meio desse método, sendo que, de outra forma, não poderiam ter nascido. A fertilização in vitro consiste na fecundação do óvulo pelo espermatozoide em laboratório, para posterior implantação do embrião no útero da mulher.

Desde o seu desenvolvimento, a técnica permite que casais com dificuldades de concepção tenham a oportunidade de realizar o sonho de ter um filho biológico.

Quanto às mudanças sociais, antes de seu advento, muitos casais enfrentaram o desafio de lidar com a infertilidade, o que tantas vezes levou a um grande sofrimento emocional. Anteriormente, a infertilidade era frequentemente associada a um sentimento de inadequação ou fracasso.

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A FIV trouxe esperança e possibilitou superar essa dificuldade, fortalecendo os laços familiares e promovendo o amor e a união. Uma das principais mudanças foi a equidade na parentalidade, o que ajudou a eliminar noções preconceituosas.

+ LEIA TAMBÉM: Por que o mundo está cada vez menos fértil?

Além disso, a tecnologia estimulou transformações culturais.

Permitiu que casais do mesmo sexo, pessoas solteiras, mulheres com mais idade e indivíduos com problemas genéticos hereditários concebessem e desfrutassem da experiência maravilhosa de criar uma família.

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Isso mudou a forma como a sociedade encara a maternidade e a paternidade, ampliando as possibilidades de formação de famílias e desafiando as concepções tradicionais.

A fertilização in vitro também impulsionou o avanço científico e médico na área da reprodução humana.

A pesquisa contínua nesse campo tem aprimorado as técnicas de FIV, aumentando as taxas de sucesso e minimizando os riscos associados.

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Além disso, a FIV levou ao desenvolvimento de novas tecnologias, como o diagnóstico genético pré-implantação, permitindo a identificação de possíveis doenças genéticas e ajudando a selecionar os embriões com capacidade de se desenvolver de forma saudável.

A própria técnica evoluiu. Hoje temos a capacidade de cultivar embriões em laboratório até que atinjam o que se chama de estágio de blastocisto (que ocorre cinco ou seis dias após a fertilização). Se um embrião é saudável o suficiente para sobreviver até esse estágio fora do corpo, ele tem uma chance maior de permanecer após a implantação.

Esses avanços na seleção dos melhores embriões também permitiram que os provedores transferissem apenas um, em vez de vários embriões, para o útero de cada vez, reduzindo o risco de gêmeos.

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A esperança é que a FIV se torna mais acessível, para beneficiar mais pessoas. Com todos esses benefícios, é inegável que a fertilização in vitro permaneça como um dos maiores marcos da história da medicina, abrindo caminhos e ajudando a gerar vidas em todo o mundo.

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* Rodrigo Rosa é ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana. É diretor clínico da Mater Prime e do Mater Lab, em São Paulo

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