Reposição de testosterona é segura? Conheça as indicações e os riscos
Tratamento é cada vez mais utilizado, mas nem sempre da forma correta

Atualmente, homens de todas as faixas etárias têm se interessado em usar terapias hormonais. Tanto, que a Sociedade Brasileira de Endocrinologia considera que o uso disseminado da testosterona se tornou uma epidemia.
Entre os mais jovens, muitos buscam a testosterona para ter ganhos estéticos e de performance esportiva. Já entre homens mais maduros, geralmente o objetivo é combater efeitos atribuídos ao envelhecimento, como falta de libido, de energia ou perda de massa muscular — condição por vezes chamada de andropausa.
+Leia também: A febre dos hormônios: cresce uso indevido de testosterona e companhia
Indicações médicas para a reposição de testosterona
Existem indicações médicas específicas para a reposição de testosterona, e frequentemente os pacientes que buscam o tratamento não se encaixam nos critérios clínicos. É aí que surge o risco de complicações relacionadas ao mau uso dos hormônios.
De acordo com a Associação Americana de Urologia, a reposição deve ser indicada para pacientes com nível de testosterona total abaixo de 300 ng/dL nos exames de sangue. Além disso, o tratamento só é recomendado para homens que apresentam sintomas como queda do desejo sexual, fadiga ou perda muscular.
Ou seja, homens com níveis baixos de testosterona mas boa qualidade de vida nesses aspectos não devem se preocupar em repor o hormônio.
Nem todo sintoma é sinal de baixa testosterona
A presença de sintomas não significa que a reposição seja indicada, pois níveis acima de 300 já são considerados normais. Entre jovens, o ganho de massa muscular abaixo do esperado pode ter relação com genética, alimentação, treino ou expectativas irreais.
Entre os mais velhos, sinais atribuídos à baixa testosterona podem estar ligados a sobrepeso, estresse, sedentarismo, sono ruim ou doenças crônicas.
Riscos do uso indevido de hormônios
Embora a reposição exagerada possa estimular artificialmente libido, energia e massa muscular, ela também aumenta o risco de doenças hepáticas, problemas cardiovasculares, infertilidade, acne, calvície e distúrbios de humor.
Por isso, o Conselho Federal de Medicina veta o uso de suplementação hormonal para fins estéticos ou esportivos.
Quando a reposição é contraindicada
Mesmo quando há indicação médica, é essencial uma avaliação criteriosa, pois algumas condições vetam o uso da terapia, como câncer de próstata ativo e cardiopatia moderada ou grave.
A importância da avaliação médica
Sempre que se pensar em repor testosterona, o caminho seguro é passar por um médico para entender a real indicação e viabilidade do tratamento — e jamais recorrer a injeções clandestinas sem prescrição.
+Leia também: O que a morte do lutador Hulk Hogan pode nos dizer sobre o uso de anabolizantes