Remédios naturais para próstata funcionam?
Médico comenta o impacto de ervas e fitoterápicos no tratamento do câncer de próstata ou no crescimento benigno do órgão
Para todo problema de saúde existem duas categorias de tratamentos: os da medicina tradicional e os alternativos – incluindo, neste último caso, os remédios naturais.
E para as doenças da próstata não é diferente: muitas ervas e fitoterápicos são anunciados como a cura para diversas enfermidades.
Mas esses remédios naturais funcionam?
Primeiro, vamos esclarecer que são oferecidos fitoterápicos ou remédios naturais basicamente para duas doenças prostáticas: o câncer de próstata e o crescimento benigno do órgão, chamado de hiperplasia benigna, responsável por atrapalhar o fluxo urinário por comprimir o canal da uretra.
Começando pelo câncer de próstata
Nenhum remédio natural teve efeito comprovado no tratamento do câncer e, portanto, nenhum tratamento tradicional deve ser substituído por fitoterápicos.
Por se tratar de uma doença potencialmente fatal, é importante impedir que pessoas sejam levadas a optar por uma estratégia ineficaz.
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Cabe uma observação: o licopeno, molécula antioxidante encontrada no tomate ou no rabanete, por exemplo, tem efeito em reduzir o risco de desenvolver um câncer na próstata.
Sendo assim, suplementos com licopeno podem ser úteis para prevenir, mas não para tratar um câncer.
E o crescimento benigno da próstata?
Diversos fitoterápicos já foram anunciados como soluções para melhorar o fluxo de urina.
O mais famoso provavelmente é o saw palmetto (Serenoa repens). De fato, alguns estudos científicos demonstraram uma melhora do padrão urinário e redução na progressão dos sintomas.
Porém, em outros estudos esse efeito não foi constatado.
Por fim, o conjunto de evidências atual não permite concluir que o saw palmetto tenha impacto positivo nos sintomas urinários.
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De forma semelhante, dados encorajadores já foram descritos sobre o tratamento com beta sitosterol e com pygeum africanum, mostrando benefícios para os sintomas urinários em pacientes com a próstata aumentada.
Porém, a quantidade de informações e estudos disponíveis com esses remédios naturais é relativamente pequena, e menos consistente do que os dados de remédios farmacológicos, como os alfa-bloqueadores (por exemplo, a tansulosina) ou inibidores da 5-alfa redutase (como a finasterida).
Balanço final
Em resumo, alguns remédios naturais até podem ter algum efeito benéfico nos sintomas decorrentes do aumento benigno da próstata, mas o nível de evidência científica atual é considerado baixo.
Já para o câncer de próstata, o consumo de licopeno pode ser um aliado na redução do risco de ter o câncer, mas nenhum tratamento natural deve substituir os convencionais nos casos estabelecidos de câncer.
E, claro, sempre que houver algum problema ou dúvida, consulte um urologista.