Os homens podem, sim, sofrer uma queda hormonal com a idade. Mas o processo é tão diferente da menopausa nas mulheres que o nome andropausa não é recomendado.
De fato, existe uma tendência de queda da testosterona nos homens com a idade. Mais precisamente, a estimativa é que esse hormônio pode baixar 1% ao ano, a partir dos 40 anos de idade.
Porém, o declínio da testosterona não acontece em todos os homens, e também não acontece de forma súbita – ao contrário delas, em que há uma queda robusta da produção hormonal e que atinge virtualmente todas as mulheres. Por isso, o paralelo com a menopausa é impreciso.
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No caso dos homens, pode existir uma redução gradual. E também existem homens com mais de 70 anos com níveis hormonais comparáveis aos de jovens de 20. Por conta dessas diferenças, o termo preferido cientificamente é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).
Os sintomas da queda hormonal muitas vezes se confundem com mudanças atribuídas ao próprio envelhecimento, como falta de libido e de energia, perda de massa muscular, aumento da gordura corporal, fadiga, lentificação e até piora da memória.
Mas esses sintomas também são comuns a outras situações, como depressão, doenças da tireoide, estresse cotidiano e uma rotina extenuante.
Por isso, é necessário um exame hormonal para constatar se existe mesmo uma baixa da testosterona. Em linhas gerais, um nível de testosterona total acima de 300 ng/dL é considerado normal (por exemplo, nas recomendações da Academia Americana de Urologia), mas uma avaliação profissional individualizada é importante.
Homens que têm sintomas e apresentam níveis baixos de testosterona são candidatos à reposição hormonal, seja com testosterona em gel ou injetável. Em alguns casos, quando os exames completos indicam uma capacidade de reação dos testículos, pode ser oferecida uma alternativa de estimular a produção do hormônio pelo corpo, em vez de suplementá-lo diretamente.
Por outro lado, homens com testosterona baixa, mas sem sintomas, não devem fazer nenhuma reposição. E homens sintomáticos, mas com níveis hormonais normais, tampouco devem procurar reposição medicamentosa.
Nesses casos, deve-se investigar outras causas como depressão, estresse ou hipotireoidismo. Também podem ser úteis mudanças na rotina que impulsionem a qualidade de vida e que aumentem naturalmente a testosterona, como bons hábitos de sono, atividade física e alimentação regrada.
Em resumo, a queda hormonal masculina pode acontecer, mas não afeta todos os homens. Quando diagnosticada, deve ser tratada corretamente para restabelecer a qualidade de vida.