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Você pode (ou melhor, deve) se preparar para um envelhecimento saudável. A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ensina como
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Já ouviu falar em ageismo? A Madonna ajuda a entender

Nossa colunista reflete sobre o que aconteceu com a cantora americana para falar sobre preconceito contra quem envelhece

Por Dra. Maisa Kairalla
7 jun 2019, 12h29
madonna
Madonna incomoda porque desafia o estigma que persiste em relação à velhice (Foto: Andre Lessa/Agencia/SAÚDE é Vital)
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Sabe aquele modelo de velhice que retrata um idoso de bengala, encurvado, cabelos brancos, óculos, sentado em uma cadeira de balanço, sem perspectivas, apenas esperando o tempo passar? Esqueça essa imagem!

Se você (ainda) acredita que essas características descrevem o sinônimo de ser idoso, preciso esclarecer que elas merecem outro nome: ageismo. Criado em 1969 pelo médico psiquiatra e gerontologista americano Robert Neil Butler, o termo é empregado para descrever a discriminação empreendida contra as pessoas mais velhas.

Comportamentos que vão desde considerar o idoso “desnecessário” ou “improdutivo” e até mesmo a infantilização do sujeito mais velho podem ser manifestações de ageismo. Esse conceito engloba toda e qualquer atitude que denote discriminação ligada à idade. Os idosos são aqueles que mais sofrem com os “pré” conceitos que existem por parte da sociedade em relação ao envelhecimento.

Embora seja uma prática diária e por vezes inconsciente, o ageismo veio à tona recentemente após a cantora Madonna lançar um novo single. Recém-sexagenária, até ela, quem diria, vem sentindo os efeitos desse preconceito na própria pele. Dá para imaginar?

Uma das críticas expressas pela mídia internacional insinuou que “Madonna teria perdido a mão” na sua nova música e videoclipe “por conta da idade”. Isso porque ela manteve, nada mais, nada menos, do que o estilo com que sempre levou a vida e marcou sua carreira, transformando-se em ícone da música pop mundial: uma performance cheia de sexualidade e irreverência.

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Entendam: todos somos livres para aprovar ou não o novo trabalho da cantora, mas pelas razões certas – qualidade musical, letra da música, narrativa do videoclipe…. – não porque ela “ficou velha” e deveria “fazer coisas de velha” como crochê. Em pleno século 21, ainda tem gente acreditando que pessoas mais maduras devem se restringir a atividades tranquilas. Pode até ser… Desde que a pessoa queira levar sua vida assim. A questão aqui é que todo ser humano, independentemente da idade, deve ter o direito de ser livre para viver da maneira que julgar ideal.

Em entrevista concedida ao site The Cut, na ocasião do lançamento de uma linha de produtos para pele assinada por ela, Madonna comenta que é ridícula “a ideia ultrapassada e patriarcal de que uma mulher precisa deixar de ser divertida, curiosa, aventureira, bonita ou sexy depois dos 40 anos.”

Para a cantora, o que ela vivenciou nos últimos tempos é fruto do estigma que persiste em relação à velhice — como se o que ela faz fosse restrito a mulheres mais jovens. Sua experiência pessoal se transformou numa bandeira em prol do envelhecimento livre de amarras. Para Madonna, não se trata de ter envelhecido, mas, simplesmente, de continuar a fazer o que se fazia, mantendo-se ativa e criativa.

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“Eu nunca acho que estou lutando contra a idade. Estou apenas continuando com a minha vida como sempre fiz. Eu nunca fiquei complacente. Eu nunca me senti confortável (…) Se você continuar se colocando em situações novas e desafiadoras, então você se mantém vivo e jovem”, declarou ela ao site The Cut.

Concordo totalmente com ela. Se há algo que podemos aprender com essa vivência da Madonna é que ter um propósito e poder realizar aquilo de que se gosta é o melhor investimento para envelhecer bem.

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