Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Check-up com Sidney Klajner Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

O cirurgião e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein levanta e debate as tendências e os desafios que interferem em nosso dia a dia e na saúde pública do país
Continua após publicidade

Gripe: a contaminação pelo vírus das fake news

O vírus influenza pode ser combatido com a vacina. Mas tem muita gente que resiste a ela porque precisa, antes, ser imunizada contra o mal da desinformação

Por Sidney Klajner
25 abr 2023, 09h47

Durante a pandemia, o isolamento social para proteção contra o coronavírus também evitou a transmissão de outros vírus, entre eles o influenza, causador da gripe.

Com o retorno às atividades externas, tivemos uma alta de casos de gripe em épocas incomuns, porque havia um rebaixamento da imunidade coletiva.

Agora, a gripe já voltou à sazonalidade habitual, como a vilã do outono e do inverno. Temperaturas mais baixas, ar mais seco e concentração de pessoas em ambientes fechados são condições que favorecem a ação do vírus.

No entanto, nos últimos tempos temos outro agravante. É um fenômeno que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “hesitação vacinal”: uma tendência global das pessoas resistirem às vacinas, mesmo as tendo ao seu alcance.

+ Leia também: Medos plantados, notícias falsas e o desgoverno expõem brasileiros a doenças perigosas e evitáveis

Continua após a publicidade

Isso se deve a uma praga que se dissemina sobretudo pelas redes sociais: falsas crenças e argumentos absolutamente equivocados contra os imunizantes. São, para falar o português claro, fake news que ameaçam a saúde pública.

E essas só têm um antídoto eficiente: informação de qualidade, baseada em evidências científicas.

Algumas pessoas acham, por exemplo, que devem temer a Covid-19, mas não precisam se preocupar com a gripe por considerar que é uma doença pouco ameaçadora. Estão enganadas.

O vírus influenza pode evoluir para pneumonia e até matar. Idosos, crianças e indivíduos com doenças crônicas ou imunossupressoras são os principais grupos de risco.

Continua após a publicidade

De acordo com estimativas da OMS, anualmente são notificados cerca de 1 bilhão de casos de pessoas infectadas por influenza – de 3 a 5 milhões evoluem para quadros graves, com aproximadamente 650 mil mortes.

Compartilhe essa matéria via:

Há também quem argumente que o imunizante contra a gripe poderia, na verdade, provocá-la. É importante esclarecer que as vacinas disponíveis na rede pública e privada são produzidas a partir de vírus inativados e fracionados, ou seja, não há como causarem a enfermidade.

Atualmente, as vacinas encontradas no Brasil protegem as pessoas da ação de subtipos do influenza A (entre eles o H1N1, responsável pela pandemia influenza de 2009) e do influenza B.

Continua após a publicidade

Ao receber a vacina, nosso organismo produz anticorpos que vão impedir a ocorrência da gripe ou evitar formas mais graves da doença.

É fundamental repetir a imunização anualmente, porque os anticorpos produzidos pelo nosso corpo tendem a diminuir com o passar do tempo e porque, a cada ano, temos novas versões das vacinas. As formulações são atualizadas a partir de uma seleção de subtipos de vírus que estejam provocando surtos pelo globo naquele momento.

+ Leia também: Os esforços da Fiocruz para combater a desinformação sobre vacinas

No Brasil, a campanha de vacinação no SUS foca os grupos mais vulneráveis (pessoas com 60 anos ou mais, crianças entre 6 meses e 6 anos de idade, gestantes e puérperas até 45 dias após o parto, portadores de doenças crônicas e/ou imunossuprimidos, pessoas com deficiências, povos indígenas, professores, trabalhadores da saúde, da força de segurança, do transporte coletivo urbano e rodoviário, portuários e caminhoneiros, além de funcionários e detentos do sistema prisional).

Continua após a publicidade

Mas as vacinas também são oferecidas no sistema privado de saúde.

Uma das novidades deste ano, só disponível nas instituições privadas, é a Efluelda®. Segundo me explicou o Dr. Alfredo Elias, médico coordenador da Clínica de Imunizações do Einstein, é uma vacina quadrivalente de alta dose, com uma quantidade de antígenos quatro vezes maior que a dos demais imunizantes.

Ela é indicada principalmente para pessoas acima dos 60 anos, que, com o avançar da idade, tendem a ter respostas imunológicas mais frágeis e menos duradouras.

Além dos imunizantes, vale manter hábitos que adotamos na época da pandemia da Covid-19, como uso de máscara e higienização constante das mãos, além de preferir atividades ao ar livre, onde o risco de transmissão é menor.

Continua após a publicidade

+ Leia também: A vacina da gripe pode causar reação adversa?

Com a vacina, temos uma forma efetiva e segura de nos proteger contra a gripe.

A única coisa que não funciona no combate ao influenza são as fake news que, infelizmente, têm contaminado uma parte da população.

É hora de aplicar nessas pessoas uma vacina que não está nos postos e unidades de saúde, mas que pode ser encontrada em espaços como o desta coluna: a vacina feita com as cepas da informação de base científica.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.