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ECMO: conheça a máquina que substitui pulmão e coração em casos graves

Terapia avançada usada em UTIs permite que pacientes com falência cardíaca ou pulmonar ganhem tempo para se recuperar ou aguardar um transplante

Por Chloé Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
21 out 2025, 14h58
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A tecnologia ECMO ganhou destaque na pandemia ao ajudar no tratamento de casos graves de covid (Freepik/Reprodução)
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A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês) tem se mostrado valiosa no cuidado de pacientes graves cujos pulmões ou coração pararam de cumprir suas funções.

Em tais casos, gravíssimos, tudo o que um paciente precisa é de tempo para que a equipe médica possa tentar reverter o quadro. É exatamente isso que a ECMO oferece: uma tecnologia capaz de substituir temporariamente a função desses órgãos, dando uma chance para sua recuperação.

Em UTIs, o equipamento tem ajudado a salvar vidas que estavam por um fio.

O processo envolve a colocação de dois grandes cateteres (cânulas) em veias ou artéria do paciente. Uma bomba retira o sangue do corpo, que passa por uma membrana onde é oxigenado e depois retorna ao organismo.

Se o sangue retorna por uma veia, é a chamada ECMO veno-venosa (que substitui apenas a função pulmonar); se retorna por uma artéria, é a ECMO veno-arterial (que substitui as funções cardíaca e pulmonar).

+Leia também: Você já ouviu falar em ECMO e como ela pode ajudar a salvar vidas?

Uma evolução da circulação extracorpórea

A ECMO é uma evolução do sistema de circulação extracorpórea (máquina coração-pulmão) que começou a ser adotado nos anos 1950 para a realização de cirurgias cardíacas com o coração parado.

Mas, diferentemente do equipamento usado nas cirurgias, a ECMO foi desenvolvida para uso também fora do centro cirúrgico, principalmente em UTIs, permitindo a circulação extracorpórea por períodos mais prolongados.

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De “Baby Esperanza” às UTIs modernas

A primeira paciente a usar a ECMO foi uma recém-nascida nos Estados Unidos, conhecida pela comunidade médica como “Baby Esperanza”. Isso foi em 1975.

De lá para cá, a tecnologia evoluiu muito e já salvou milhares de vidas – especialmente a partir das pandemias respiratórias de influenza, em 2009, e a da Covid-19, em 2020.

No Brasil, o primeiro transplante de pulmão bem-sucedido em um paciente com fibrose pulmonar irreversível provocada pela Covid foi realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em 2021. Entre tentar a recuperação do órgão com tratamentos e o transplante foram 89 dias ligado à ECMO.

Quando a ECMO é indicada

Como explica o Dr. Bruno de A. Bravim, médico intensivista e especialista em ECMO do Einstein, esse é um recurso utilizado quando todas as outras opções já foram tentadas e funciona sempre como uma terapia de ponte. A ECMO é usada para permitir um tempo para o paciente se recuperar ou para aguardar um transplante.

A equipe por trás da tecnologia

Para além da máquina, a ECMO demanda uma equipe altamente integrada e capacitada:

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  • Médicos intensivistas;
  • Cardiologistas;
  • Cirurgiões cardíacos e torácicos;
  • Enfermeiros especializados;
  • Fisioterapeutas;
  • Perfusionistas;
  • Dentistas;
  • Fisiatras;
  • Farmacêuticos.

    Todos têm papel fundamental no cuidado desse paciente, que é o caso mais grave da UTI.

    Depois da colocação das cânulas, realizada por um intensivista especializado ou cirurgião, cada paciente em ECMO é acompanhado por um enfermeiro dedicado apenas a ele em cada turno, responsável por monitorar a máquina e fazer ajustes quando necessário (nos fluxos de sangue ou nos níveis de oxigenação, por exemplo), administrar medicamentos, observar sinais vitais e manter comunicação direta com a equipe médica, além de acolher a família.

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    A reabilitação precoce também faz parte do plano de cuidados: mesmo em ECMO, alguns pacientes conseguem realizar fisioterapia, caminho que acelera a recuperação.

    +Leia também: O que define a qualidade de uma UTI?

    As chances de sobrevida com ECMO

    Quando um paciente entra em ECMO, ele já está entre os mais graves — com mortalidade esperada de 70% a 80%. A ECMO pode mudar o desfecho, transformando uma expectativa de possível morte em chance de sobrevida.

    No Einstein, as taxas de sobrevida variam de 30% a 70%, dependendo da gravidade dos casos, da faixa etária do paciente e da modalidade de ECMO utilizada (veno-venosa ou veno-arterial).

    O Einstein, que tem ECMOs em suas unidades de São Paulo e Goiânia, conta também com recursos para atender pacientes em outros locais. O equipamento, a equipe e todo o aparato necessário para a canulação seguem para o hospital onde está o paciente e lá é feito o procedimento.

    Depois, a pessoa é trazida para o Einstein em uma ambulância aérea ou terrestre especialmente equipada para o atendimento nesse tipo de translado e internada na UTI para a continuidade dos cuidados.

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    A ECMO não salva todos, nem é indicada para todos os casos gravíssimos. Mas é, sem dúvida, um dos mais impactantes trunfos da medicina intensiva, capaz de oferecer aos pacientes chances reais de recuperação e o tempo necessário para que isso aconteça.

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