As frutas cítricas são desses alimentos que despertam desconfiança (e sintomas indesejáveis) em quem tem gastrite ou, como a leitora Sônia Maria, sofre com refluxo. E foi para descobrir se é melhor bani-las da lista de compras que ela nos enviou um áudio pelo Facebook.
O que depõe contra as representantes do gênero citrus nesse sentido é principalmente a presença dos ácidos ascórbico (vitamina C) e cítrico. “Tal combinação contribui para o baixo pH dessas frutas, tornando-as mais ácidas”, explica a nutricionista Renata Guirau, do Oba Hortifruti, em São Paulo. Ou seja, elas podem mesmo piorar a queimação e a dor no estômago.
Mas não precisa dar adeus ao limão, ao abacaxi… Se o quadro está controlado, o consumo moderado só traz benefícios. “A ação antioxidante da vitamina C ajuda a neutralizar os radicais livres, moléculas associadas a diversas doenças”, conta Renata. “O ácido cítrico, por sua vez, atua na absorção do cálcio, importante para os ossos, e do ferro, essencial no transporte de oxigênio no organismo”, completa.
Na forma de suco, aliás, os cítricos costumam ganhar um aliado contra a acidez: o tão criticado açúcar. “Só não vale exagerar na hora de adoçar”, pondera o gastroenterologista Ricardo Machado de Minas, do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo. Porém, isso não pode servir de justificativa para abandonar as frutas in natura e só tomar o sumo adocicado.
Outro ensinamento desse expert: “Recomenda-se que a ingestão das frutas ocorra até no máximo três horas antes de ir para a cama”. É que, quando estamos deitados, o suco gástrico sobe com mais facilidade pelo esôfago, propiciando o refluxo. Se ele vier acompanhado de líquidos ácidos então, o risco de queimação decola.
Uma dica de ouro aos que convivem com a gastrite é deixar as frutas cítricas para o final das refeições. Assim, há um contato menor entre as substâncias ácidas delas as mucosas do estômago. E claro, respeite os sinais do corpo. Se ele está reclamando, provavelmente algo não anda bem.