Finalmente, a insulina inalável é aprovada no Brasil
Nosso colunista explica o que esperar da nova medicação, que dispensa picadas para ajudar no controle do diabetes
Um dos maiores dilemas de quem convive com o diabetes é o uso da insulina. Vários mitos giram em torno desse importante tratamento, que pode ser necessário a pessoas com diabetes tipo 1 ou com o tipo 2 da doença. Um dos fatores que alimentam medos e tabus são as picadinhas diárias. Alguns pacientes utilizam uma picada, outros precisam de duas, três, quatro… ou até mesmo mais do que cinco agulhadas ao dia.
Entre os sonhos de muitas pessoas com diabetes está o lançamento de uma insulina que não dependesse desse tipo de aplicação. Pois bem. Aprovada nos Estados Unidos desde 2014, finalmente ganha aval para o mercado brasileiro a insulina inalável humana em pó. Trata-se de uma insulina de ação rápida, ou seja, deve ser administrada antes das refeições para evitar que a glicose se eleve demais no sangue durante a alimentação.
Além de evitar as picadas, a insulina inalada, das farmacêuticas Biomm e MannKind, tem um tempo de ação ainda mais ágil do que o das versões injetáveis. Isso se deve justamente à absorção pelos pulmões, que acontece mais rapidamente.
Antes de usar, todos os pacientes deverão fazer exames para saber se possuem ou não problemas respiratórios capazes de atrapalhar a absorção da insulina. Situações como enfisema, asma e outras doenças pulmonares crônicas são contraindicações ao uso. Pessoas que fumam também não devem utilizar o medicamento inalável.
Até o momento, os estudos com a novidade foram feitos somente em adultos com diabetes tipo 1 e tipo 2. Assim, por ora ela não é indicada a menores de 18 anos.
A previsão de lançamento nas farmácias nacionais é outubro de 2019 e o preço ainda não foi divulgado. De qualquer forma, aumenta o arsenal de insulinas disponíveis ao brasileiro com diabetes — e, agora, tem versão que até dispensa picadas.