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Obesidade e Covid-19: onde as pandemias se encontram

Especialistas alertam para o maior risco de complicações pelo coronavírus em pessoas acima do peso e refletem sobre o impacto da epidemia sobre a obesidade

Por Dr. Walmir Coutinho, endocrinologista*, com colaboração de Dra. Rocio Coletta, endocrinologista**
Atualizado em 9 abr 2020, 18h50 - Publicado em 1 abr 2020, 12h18

A pandemia da Covid-19 desafia os sistemas de saúde do mundo todo. De acordo com os últimos relatos do governo britânico, parece haver uma relação importante entre as formas mais graves da infecção pelo coronavírus e outra doença pandêmica, de alta prevalência na maioria dos países, a obesidade.

Doença crônica, progressiva e recidivante, ela atinge 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças ao redor do mundo, causando 4 milhões de mortes por ano. No Brasil, já acomete um em cada cinco habitantes, sendo que mais da metade da população está acima do peso normal.

A relação entre as duas doenças passou despercebida no início da epidemia, provavelmente por ser a obesidade muito menos prevalente na China que em países como o Reino Unido e os Estados Unidos.

Vários fatores aumentam o risco de pessoas com obesidade diante do novo coronavírus. O excesso de peso tem grande relação com outras doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, ambas muito frequentes entre pacientes com a forma mais grave de Covid-19.

Além disso, sabemos que indivíduos obesos, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m2, são mais vulneráveis às complicações da gripe comum, além de terem uma proteção diminuída contra o vírus influenza, mesmo quando vacinados.

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Calcula-se que 5% dos pacientes infectados pelo novo coronavírus vão precisar de terapia intensiva (UTI), situação que agrava o desafio do paciente com obesidade grave. Faltam nos hospitais leitos apropriados para essa população, a intubação é mais difícil e frequentemente não estão disponíveis aparelhos de imagem que comportem pessoas muito pesadas. Por tudo isso, vários especialistas já consideram a obesidade uma condição de risco para a Covid-19, ao lado do diabetes e da pressão alta.

Fora das unidades de terapia intensiva, a pandemia do novo coronavírus traz outros desafios a quem está muito acima do peso. A Federação Mundial de Obesidade já emitiu um alerta sobre as medidas de isolamento social impostas na maioria dos países. Apesar de necessárias, são mais uma causa de preocupação para esse grupo de pessoas, que já convive com sérios problemas de estigmatização social e alta prevalência de depressão.

Mais do que nunca, os profissionais de saúde e gestores devem estar atentos ao combate à discriminação e ao preconceito que a sociedade impõe aos cidadãos com obesidade.

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Outra potencial ameaça de agravamento dos problemas de peso é a tendência que já se começa a observar de aumento do sedentarismo e maior procura por produtos não perecíveis, como alimentos industrializados, em detrimento de frutas, verduras e legumes. Se tal comportamento perdurar por um longo período, pode dificultar o controle do peso por pessoas mais vulneráveis.

Em resumo, a realidade é que estamos diante de duas epidemias globais extremamente desafiadoras, que começam a colidir nas unidades de terapia intensiva e nos lares em confinamento ao redor do mundo.

* Dr. Walmir Ferreira Coutinho é endocrinologista, diretor do Departamento de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e ex-presidente da Federação Mundial de Obesidade

** Dra. Rocio Coletta é endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk no Brasil

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