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Estamos prontos para a revolução da longevidade?

Envelhecer de forma ativa e saudável é o caminho para um futuro melhor e uma questão de saúde pública, defende especialista

Por Alexandre Kalache, médico*
29 nov 2020, 10h16

Vivemos a Revolução da Longevidade! Em nível global, a expectativa de vida aumentou, desde o início do último século, mais de 40 anos — a maior conquista social de nossa era. “Envelhecer não é uma juventude perdida, mas sim uma nova era de oportunidades e força”. A citação, originalmente da ativista Betty Friedan, foi destacada pela médica Lely Guzmán, coordenadora da Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), durante o VIII Fórum Internacional da Longevidade, realizado agora em novembro.

Urge que tenhamos um novo olhar sobre a longevidade, de modo a criarmos, como sociedade, condições para o envelhecimento ativo e saudável dos brasileiros.

Durante o fórum, discuti com especialistas a importância de buscarmos caminhos urgentes para mudar não só a realidade de como vivem nossos idosos, mas também prepararmos aqueles que mais cedo ou mais tarde chegarão à velhice. Para tal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está para publicar um documento, batizado de “A Década do Envelhecimento Saudável”, delineando uma série de políticas e estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas em todas as esferas: saúde, transporte, comunicação, trabalho, cultura e educação.

Ele está ancorado no Marco Político do Envelhecimento Ativo lançado pela própria entidade em 2002, quando eu era o diretor do programa da OMS no setor. A partir de diretrizes como as anunciadas, podemos seguir construindo um ambiente físico e social favorável à longevidade em um país como o nosso, que tão rapidamente envelhece. Hoje os idosos representam 14% da população brasileira; em 2050 serão mais de 30%. Seremos, em números absolutos, a quinta nação com mais idosos do mundo. Já em 2031, de acordo com projeções do IBGE, nossa população idosa deve ultrapassar a de crianças e adolescentes.

A expectativa de vida de um brasileiro tem aumentado cerca de três meses a cada ano. Mas a desigualdade social faz com que muitos envelheçam com problemas de saúde que poderiam ser prevenidos, só que acabam não sendo. Isso gera uma sobrecarga crescente para um sistema de saúde já saturado.

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Daí a necessidade de um olhar não só para os mais velhos, mas também para o bem envelhecer. É fundamental não só somar anos à vida. Precisamos somar mais vida aos anos. Nas Américas, a questão “Envelhecimento e Saúde” ainda ocupa o último nível na escala de prioridades da maior parte dos países. Envelhecer com saúde não está no radar da maioria dessas nações.

É por tudo isso que uma iniciativa como a Década do Envelhecimento é tão necessária. Com ela, procuramos mudar paradigmas, fazendo com que o envelhecimento deixe de ser visto como “um problema” e sim em uma imensa oportunidade. Idosos saudáveis, ativos e independentes são valiosos para a sociedade. A década proposta pela OMS convida todos nós — como indivíduos, sociedade civil, academia, setor público e privado — a tomar atitudes urgentes e relevantes para construir as bases de um envelhecimento populacional que possa a todos beneficiar.

* Alexandre Kalache é médico, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) e consultor de longevidade da Bradesco Seguros

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