Riscos de medicar o seu bichinho de estimação por conta própria
Seu animalzinho está doente? Antes de medicá-lo, consulte um veterinário. Só ele é capaz de indicar o tratamento certo para o seu amigo de quatro patas
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Para espantar uma febre, nada melhor que antitérmicos. Para as dores, analgésicos. Até parece que todo mundo tem a receita na ponta da língua. Mas abrir a caixa de remédios e medicar o cão ou o gato por conta própria nunca é boa ideia. A atitude pode mascarar problemas sérios ou até mesmo piorar bastante a saúde do animal.
Tome como exemplo as dores provocadas por inflamações. Anti-inflamatórios à base de diclofenaco de sódio e outros medicamentos que contenham ibuprofeno – bastante utilizados em seres humanos – causam severas agressões ao organismo dos bichos, em especial dos cães. “Nos bichinhos, esses princípios ativos provocam vômitos e diarreias, decorrentes de irritações gástricas e ulcerações no estômago”, diz o veterinário Adilson Damasceno, de Goiás.
Já antitérmicos com paracetamol na fórmula ou mesmo o famoso ácido acetilsalicílico são o pior remédio para o mal-estar dos felinos, que, por natureza, não possuem a enzima capaz de metabolizar essas drogas. “Ou seja, seu fígado termina sobrecarregado, o que pode desencadear uma hepatite hemorrágica ou interferir na atividade da medula óssea”, explica o veterinário Vitor Márcio, de Belo Horizonte.
Muitas vezes, depois de levar o bicho de estimação ao veterinário, o dono sai de lá carregando a receita de um remédio formulado, em princípio, para o corpo humano. “É que não existem drogas para todas as enfermidades dos animais”, justifica a especialista Rosângela Alves Carvalho. “Por isso, a gente acaba indicando medicamentos humanos, principalmente quando se trata de problemas de coração e disfunções do sistema nervoso”, completa. Mas, no caso, todo cuidado é pouco: é o especialista quem irá determinar a dose, conforme o peso, a idade e a raça do animal.
Como dar o remédio para o bichinho?
Os bichos não engolem a medicação só com a ajuda de água. Uma sugestão é escondê-la no meio de alimentos e petiscos. Só não vale quebrar uma cápsula ou diluir o comprimido em líquidos, porque aí você nunca terá certeza de que a dose indicada foi absorvida. Versões líquidas ou pastosas, formuladas com sabores especiais – morango, peixe ou carne -, sempre são mais fáceis. Por isso, se possível, dê preferência a esse tipo de produto.