Outono e inverno podem favorecer crises alérgicas. O que fazer?
Saiba como evitar episódios de alergia respiratória nessas estações do ano
Apesar de o inverno começar só no dia 21 de junho, as tardes e noites frias de outono já fazem parte do cotidiano de muitas regiões brasileiras. Até lá, a queda de temperatura será constante e, para muitos, um prenúncio de um longo período de crises alérgicas.
Mas por que um clima mais frio favorece a manifestação de alergia respiratória, sobretudo em crianças?
“Ficamos mais tempo restritos no mesmo ambiente, com menos sol e um pouco mais de umidade. Isso pode provocar o aumento de mofo e bolor, que são alimentos para ácaros”, explica Antonio Carlos Pastorino, coordenador do Departamento Científico de Alergia na Infância e na Adolescência da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
“Além disso, restos alimentares da família, que passa mais tempo em casa, ajudam a proliferar os ácaros”, complementa Pastorino. Eles caem no vão do sofá ou mesmo entre as cobertas, e aí servem de alimento para esses bichos microscópicos.
Segundo o especialista, os episódios de crises de alergia são mais comuns na infância porque a imunidade está em desenvolvimento nessa fase. Em crianças com predisposição genética, o contato com alérgenos (como ácaros e pelos de animais) pode induzir a uma resposta exagerada do organismo. As manifestações surgem na pele ou nas vias respiratórias, desencadeando chiado no peito, catarro, tosse e falta de ar.
Segundo Pastorino, três atitudes ajudam a evitar as crises:
- Manter os ambientes arejados e, se possível, recebendo luz solar. Isso afasta mofos e ácaros
- Remover objetos que acumulem poeira, como tapetes, cortinas mais pesadas, livros e bichos de pelúcia
- Se a pessoa tiver alergia a um animal doméstico, não deixar que ele entre no quarto dela. E dar banho no pet pelo menos uma vez por semana
Também é necessário aprender a diferenciar uma crise alérgica do resfriado ou da gripe — que também são frequentes na infância. “Em geral, as infecções das vias aéreas podem ter um pouco de febre e mal-estar, o que não ocorre com as doenças alérgicas”, explica Pastorino. “Já espirros, secreção e tosse são comuns aos dois quadros clínicos”, informa.
Cada tipo de alergia respiratória tem um tratamento específico. Para a asma, há remédios que amenizam as crises e os que ajudam a preveni-las. No caso de rinite, recomenda-se a limpeza nasal com soro fisiológico e, eventualmente, uso de antialérgicos orais. Em contextos mais graves e persistentes, o médico chega a prescrever um spray com corticoides para ser aplicado no nariz.
Existe, ainda, a opção de vacinas contra certas alergias. O tratamento é prolongado — entre dois e três anos, mais ou menos. “Elas são indicadas nos pacientes com quadros mais crônicos e que não melhoram com outros tratamentos”, introduz Pastorino. Além disso, essas vacinas só são indicadas para alguns tipos de alérgenos.
*Este conteúdo é da Agência Einstein.