Originário do sudeste da Ásia, o fruto conhecido como noni não tem gosto lá muito agradável. Mas seu extrato e suco ganharam destaque na internet como promotores de diversos benefícios, desde o controle do diabetes até a cura para problemas ginecológicos.
Só que a história não é tão animadora assim. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização de produtos contendo o fruto no Brasil. Segundo o órgão, “a quantidade de publicações que avaliaram sua segurança é limitada”. E, por causa da falta de estudos, itens com noni estão vetados em território nacional – o problema é que, mesmo assim, certos sites continuam comercializando-os.
Segundo João Ernesto Carvalho, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista, algumas pesquisas indicam que o uso do alimento está ligado à toxicidade hepática – ou seja, poderia causar complicações no fígado. Além disso, cientistas apontam prejuízos ósseos e malefícios para grávidas. “Outros trabalhos dizem o contrário e alegam segurança. Mas há mais estudos que confirmam sua toxicidade do que os que negam. E quando existe um impasse como esse, a Anvisa não pode liberar”, observa Carvalho.
A nutricionista Carla Cotta, do Rio de Janeiro, também pede cautela quando se fala em noni. “Extratos só devem ser consumidos se forem registrados pela Anvisa”, comenta. Segundo a especialista, os alimentos funcionais, ou seja, aqueles que prometem benefícios à saúde, devem ter controle como qualquer medicamento. Então, não caia nas promessas milagrosas sobre esse (ou qualquer outro) ingrediente. Até porque isso pode, no final das contas, ter efeito contrário ao desejado, colocando você em risco.