Drogas que combatem doenças parasitárias são destaques do Nobel
O comitê organizador anunciou hoje, na Suécia, o nome dos três cientistas que dividirão o prêmio em 2015
O Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2015 foi para cientistas que trabalham com doenças causadas por parasitas. Os cientistas laureados foram o irlandês William C. Campbell e o japonês Satoshi Omura, que criaram um medicamento para tratar a filariose e a oncocercose, e para a chinesa YouYou Tu, responsável pelo desenvolvimento de um remédio contra a malária. Os vencedores dividirão 16 milhões de coroas suecas, o equivalente a mais de 1,8 milhão de dólares.
Campbell, pesquisador da Universidade Drew, em Nova Jersey, e Omura, professor da Universidade Kitasato, em Tóquio, desenvolveram a droga avermectina, que reduziu drasticamente a incidência de oncocercose, doença conhecida popularmente por “cegueira dos rios”, causada pelo verme Onchocerca volvulus. O mesmo fármaco é eficaz para combater a filariose linfática, ou elefantíase, enfermidade provocada por vermes. Nela, ocorre o entupimento de vasos linfáticos, o que causa o inchaço exagerado de pernas, braços e outras partes do corpo.
A pesquisadora YouYou Tu, chefe da Academia de Medicina Tradicional Chinesa, recorreu aos antigos escritos médicos orientais na busca por um tratamento para a malária. Seu trabalho começou na década de 1960, quando ela encontrou informações sobre os efeitos da planta Artemisia annua. Após diversos processos de purificação das moléculas presentes no vegetal, YouYou conseguiu isolar a artemisinina, que virou uma potente classe farmacológica contra a doença. O remédio reduziu em 20% a mortalidade por malária. Estima-se que 100 mil vidas são salvas na África todos os anos após a implementação da terapia.
O comunicado do comitê responsável pela escolha dos vencedores do Nobel, composta por 50 professores do Instituto Karolinska, na Suécia, destaca o impacto que a descoberta dessas duas drogas teve no mundo: “Os trabalhos forneceram novas maneiras de combater essas doenças debilitantes, que afetam centenas de milhões de pessoas todos os anos. As consequências na melhora da saúde global e na redução do sofrimento são incalculáveis.”
Confira o vídeo com o anúncio dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia: