A nova cartilha para cuidar bem da pele dos mais velhos
Material da Sociedade Brasileira de Dermatologia lista os problemas de pele mais comuns entre os idosos, de câncer a micose. E, claro, ajuda a evitá-los
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou uma cartilha sobre os cuidados com a pele dos idosos. O material explica quais as doenças dermatológicas mais comuns após os 60 anos de idade e dá dicas de cuidados diários para evitar que elas apareçam.
A pele dessa turma é diferente, porque perde firmeza e elasticidade. Daí vem os sinais do envelhecimento, como as rugas. Além da questão estética, essas alterações e os anos de exposição a fatores como o sol abrem caminho para certos problemas.
Segundo uma pesquisa da própria SBD, lideram a lista de encrencas: câncer, micoses, ressecamento/espessamento de pele, manchas, alergia e psoríase.
Câncer de pele em idosos
Como ele está ligado à quantidade de sol tomada ao longo de toda a vida – embora não só a isso –, a idade avançada é um claro fator de risco. São vários tipos de tumor cutâneo, mas dá para separá-los em duas grandes categorias, assim por dizer:
1) O melanoma, mais agressivo e raro, apresenta-se como uma pinta nova e irregular ou como uma mudança na cor e no formato de outra pinta já existente. Costas e pernas são os locais onde esse sinal suspeito costuma surgir, mas, nos idosos, pode aparecer com mais frequência no rosto, no couro cabeludo e no pescoço. E há relatos menos comuns da doença até na sola do pé. Fique atento ao corpo todo.
2) O outro tipo, não-melanoma, tem como principal sintoma uma espécie de espinha que surge e não cicatriza depois de meses, ou ainda feridas que crescem rápido, descamam e, eventualmente, doem e sangram. As áreas expostas ao sol tendem a ser mais afetadas por esse tipo.
A principal prevenção contra os tumores de pele é se proteger do excesso de radiação solar. O filtro com FPS de ao menos 30 deve ser aplicado diariamente, e reforçado com eventual uso de bonés, viseiras e roupas com fator de proteção solar.
Também é bom tomar cuidado especial com a exposição ao sol entre 10 e 15 horas.
A SBD recomenda, especialmente para quem tem acima de 60 anos, o autoexame regular, com a ajuda de espelhos e de familiares, e um checkup anual no dermatologista em busca de alterações.
Queratose solar
Outra queixa típica dessa faixa etária. A queratose solar forma manchas vermelhas e ásperas na pele, que às vezes apresentam escamas, e é mais comum no rosto e braço de pessoas com a cútis clara.
Parece um sinal inofensivo, mas não é. Além de provocarem coceira e dor, essas marcas são consideradas lesões pré-malignas. Ou seja, elas têm um risco de virarem câncer de pele no futuro.
Vale procurar um médico para avaliar se é o caso de removê-las.
Micoses
Calor, umidade e falta de luz formam o ambiente perfeito para fungos provocarem micose na pele e na unha. E ela pode ser perigosa para os idosos, pois serve de porta de entrada para doenças mais sérias, como a erisipela, que exige internação.
O tratamento tópico, com cremes, sprays ou esmaltes – no caso das unhas – costuma ser o suficiente. Medicamentos orais via de regra não são recomendados por sobrecarregarem o fígado dos mais velhos.
Para ajudar a controlar o problema, lave e seque bem os pés diariamente, prefira sapatos com maior ventilação de ar e exponha a área afetada pela micose a cinco ou dez minutos de sol diariamente.
Mais um alerta importante para os pés: os diabéticos precisam inspecionar regularmente o local em busca de lesões vermelhas, alterações de temperatura e cor, cortes, fissuras e calos. Caso passem despercebidas, essas chateações levam a úlceras de difícil cicatrização, que não raro terminam em amputação.
Pele ressecada
Praticamente todo mundo terá a pele seca na terceira idade. Para amenizar a situação, que não só incomoda como favorece infecções, as dicas são caprichar na hidratação, evitar banhos quentes e demorados e não usar esponjas ou esfoliantes.
Apostar nos cremes hidratantes logo depois do banho também contribui para resgatar a maciez.
Varizes e companhia
Os vasos aparentes na pele são sinal de insuficiência venosa crônica, doença mais frequente com o avançar dos anos. Ela se manifesta por meio de varizes, inchaço local e úlceras.
Apesar de controlável, aumenta a probabilidade de trombose e infecções profundas da pele. Esse perigo é maior em indivíduos que fumam ou possuem diabetes, hipertensão ou outras doenças cardiovasculares.
Para prevenir, a SBD indica a prática de exercícios que movimentam as pernas. E pede para evitarmos ficar de pé ou sentado por muitas horas seguidas.
Avaliar a aparência das veias e o estado geral dos membros inferiores também ajuda a flagrar sintomas iniciais de uma circulação sanguínea ruim – vermelhidão, feridas, assimetrias nas veias e enrijecimento muscular são alguns deles. Dor, inchaço, formigamento e sensação de peso ao caminhar devem ser avaliados pelo médico.
Para conferir a cartilha na íntegra, clique aqui.