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Câncer de mama: 5 mitos sobre esse tema

Se tem uma coisa que não ajuda na prevenção da doença é a disseminação de informações equivocadas. Veja alguns mitos em torno do câncer de mama

Por Abril Branded Content
Atualizado em 18 ago 2020, 10h48 - Publicado em 13 mar 2020, 15h30
 (istock/iStock)
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Ele é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2020 é de mais de 66 mil novos casos.[1] O câncer de mama não tem uma causa única, mas sabe-se que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo e a idade (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos) são alguns dos principais fatores de risco. Além desses, já bem conhecidos, um outro perigo, não tão palpável, ronda a doença: a desinformação. Notícias falsas, tabus e verdadeiras lendas urbanas podem prejudicar a detecção precoce da doença e dificultar seu tratamento. Confira os cinco principais mitos sobre o câncer de mama e, da próxima vez que ouvir alguma dessas bobagens por aí, não deixe que elas passem para frente.

    1- Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar.

As estimativas mostram que 90% de todos os cânceres de mama não dependem de fatores hereditários. E, mesmo nos 10% restantes, o fator de risco depende da idade em que o tumor apareceu. Se sua avó teve a doença aos 80 anos e sua mãe aos 70, por exemplo, é mais provável que ela tenha surgido em decorrência da idade do que de alguma alteração genética. Só quando a incidência ocorre em uma mulher jovem é que a hereditariedade precisa ser analisada[2]. Vale lembrar, no entanto, que o inverso não é verdadeiro. “Não ter ninguém na família com câncer de mama não confere proteção especial a ninguém”, alerta Ricardo Marques, oncologista da Rede D’Or São Luiz.  Fatores como tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de álcool, portanto, são igualmente perigosos para mulheres com ou sem casos de câncer na família. 

    2- Os sais de alumínio presentes em desodorantes antitranspirantes podem provocar tumores.

Essa é outra informação equivocada que confunde muita gente e que, segundo o médico, entra na categoria de “supermito”. De acordo com a teoria nunca comprovada, o alumínio entupiria os poros e aumentaria a chance de surgimento de câncer. Também corrobora a tese o fato de muitos tumores surgirem no quadrante superior do seio, perto da área onde aplicamos o desodorante diariamente. “O que acontece é que os tumores não são distribuídos igualmente pela mama, e existe um discreto aumento nessa região. Mas trata-se de uma predominância pequena e que não pode ser relacionada ao uso de antitranspirantes”, desmente Marques. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) já reiteraram, mais de uma vez, que os dados disponíveis na literatura científica deixam claro que não há relação entre os sais de alumínio presentes na fórmula desses produtos e a ocorrência da doença. Até porque o gel (responsável pelo controle da transpiração) formado por esses sais em contato com as glândulas das axilas é temporário e, ao contrário do que prega o senso comum, não provoca o entupimento dos poros. 

    3- Pancadas nos seios podem levar ao surgimento de câncer.

Outro mito que apavora muita gente por aí. É claro que dependendo do grau desse trauma, ele vai causar dor, desconforto e levar uns dias para cicatrizar. Em casos mais graves, pode até gerar uma área de fibrose no tecido gorduroso da mama, percebida como um pequeno caroço no autoexame. Mas câncer, jamais. Mesmo no caso de uma fibrose, esse carocinho nunca é maligno. A confusão talvez ocorra pelo fato de, em alguns casos, após uma pancada dolorida, a mulher procurar o médico e acabar recebendo o diagnóstico de câncer. Mas, acredite, o tumor com certeza já estava ali e o trauma provocado pela batida apenas antecipou a visita ao mastologista – e a descoberta da doença.[3] 

    4- O autoexame substitui a mamografia.

Nunca, jamais, em tempo algum. Infelizmente esse mito totalmente equivocado leva muitas mulheres a descobrir a doença em estágios já avançados e que reduzem as chances de cura. A verdade é que, embora fundamental, o autoexame não é eficaz na detecção de tumores menores, em fases iniciais. Por isso, a recomendação é que, a partir dos 40 anos, a mamografia seja feita anualmente. 

    5- O uso de sutiãs apertados por muito tempo favorece o aparecimento de câncer.

Vamos combinar que passar o dia com uma roupa íntima apertada não é nada confortável. No caso dos sutiãs, dependendo do modelo e do tempo em que ficamos com a peça apertada, isso pode até causar uma inflamação nas glândulas mamárias – uma área com alta concentração de nervos e, portanto, muito sensível. Mas daí a imaginar que nosso amigo do peito todo lindo e rendado (que poderia ser um número maior, ok) possa levar ao desenvolvimento de um câncer são outros quinhentos. Esse outro “supermito” provavelmente é irmão gêmeo daquele que afirma que próteses de silicone nos seios encobrem tumores em estágio inicial. Numa época em que mamografias e ultrassons não eram tão precisos, podia até fazer certo sentido. Hoje, no entanto, não faz nenhum. Por isso, siliconadas e não siliconadas, amantes dos meias-taças de rendinha PP e dos sutiãs beges GG, uni-vos no combate à disseminação destes e de outros mitos sobre o câncer de mama. 

Referências

[1] Estatística do Instituto Nacional do Câncer (Inca), disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama

[2] e [3] Ricardo Marques, oncologista da Rede D’Or São Luiz

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