Chá de artemísia é rico em substâncias que previnem infecções
Com potencial anti-inflamatório e analgésico, a infusão colabora para o tratamento da malária, além de atenuar dores musculares, insônia e ansiedade

A artemísia é uma planta que faz parte de um gênero da família Asteraceae, formado por diversas espécies que possuem propriedades medicinais e, também, aromáticas.
As mais conhecidas são: Artemisia vulgaris (losna-brava), Artemisia absinthium (losna/absinto) e Artemisia annua (losna-chinesa).
Dentre suas principais qualidades observadas em estudos científicos, destacam-se seus efeitos antimicrobianos e antioxidantes, além de apoio contra a inflamação e o desenvolvimento de câncer. O composto artemisinina ainda apresenta ação potente contra a malária, doença parasitária transmitida por mosquitos anofelinos.
Em geral, o chá de artemísia é preparado a partir da folhas secas da planta, especialmente por conterem a maior concentração de compostos ativos, como artemisinina e flavonoides. As flores também possuem propriedades terapêuticas.
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Para que serve o chá de artemísia?
O chá de artemísia é comum no contexto da medicina natural, por suas propriedades terapêuticas. Cada espécie da planta está associada a diferentes benefícios. Por isso, é importante a orientação de um especialista para definir a melhor forma de consumo e a dose adequada.
“Por sua ação antiparasitária e vermífuga, a espécie Artemisia annua é usada como tratamento complementar no combate à malária e a Artemisia absinthium em problemas digestivos”, detalha o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
A infusão também pode ser benéfica em outros contextos. Devido à ação antioxidante, pode auxiliar na prevenção de infecções e no combate a gripes e resfriados.
“Em algumas culturas, também é empregado como estimulante do apetite e no alívio de dores leves”, lembra a nutricionista Camila Carvalho, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Com potencial anti-inflamatório e analgésico, a bebida ajuda nas dores articulares e musculares, suaviza a insônia e ansiedade e pode contribuir para aliviar cólicas.
“Como outros chás, pode ser consumido de forma caseira, mas é preciso moderação e atenção às possíveis contraindicações e efeitos colaterais. O uso indiscriminado do chá de artemísia pode interagir com medicamentos e interferir no metabolismo hepático”, pontua Ribas Filho.
Quem não pode tomar o chá?
O chá de artemísia é contraindicado para gestantes e lactantes, pois não existem estudos científicos robustos que avalie possíveis efeitos para essas pacientes.
“Ainda nos grupos que devem evitar o chá estão as pessoas com alergia a plantas da família Asteraceae, como camomila, dente-de-leão e girassol. Indivíduos com doenças neurológicas, com distúrbios hemorrágicos ou que usam anticoagulantes e com problemas hepáticos ou renais”, acrescenta o médico.
Em crianças, o consumo também precisa de orientação e cuidado, pois o organismo infantil é mais sensível aos compostos da Artemísia.
“Embora seja uma planta medicinal com vários benefícios, seu uso inadequado pode gerar efeitos adversos ou interações medicamentosas”, aponta Carvalho.
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Quais são os riscos de reações adversas?
Ingerido em excesso ou por pessoas com contraindicações ao chá, os possíveis efeitos colaterais incluem náusea, vômito, tontura e danos ao fígado.
“Esses riscos não são frequentes, principalmente quando o uso não é prolongado, mesmo porque, com a diluição que normalmente se faz com o chá, a concentração da matéria-prima é muito baixa e, consequentemente, a reação adversa é rara”, afirma.
Como preparar o chá de artemísia
A bebida pode ser feita a partir de 1 a 2 colheres de chá (entre 2 a 5 g) de folhas secas, com 250 a 300 ml de água quente. Mantenha a infusão por 5 a 10 minutos, para evitar um sabor muito amargo, em recipiente tampado. A seguir é só coar e ingerir morno.
“O limite seguro relacionado à ingesta do chá é em torno de 1 a 2 xícaras por dia, por até 7 dias consecutivos. O uso prolongado deve ser evitado, sem acompanhamento profissional”, orienta Ribas Filho.
Em caso de efeito colateral ou complicações deve-se interromper o uso do chá e procurar uma unidade de saúde.