Chá de alcaçuz: conheça os benefícios e os cuidados na hora de usar
Planta é consagrada na medicina tradicional e tem compostos que despertam interesse na ciência, mas infusão não é fórmula mágica para a saúde

O alcaçuz é uma planta originária da Ásia e da região do Mediterrâneo, com usos na medicina tradicional que remontam há milênios. A infusão de suas raízes, também chamada de chá de alcaçuz, é uma das formas mais comuns de tentar obter seus benefícios.
Pertencente à espécie Glyryrrhiza glabra e também conhecido como regaliz (e em inglês como “licorice”), o alcaçuz conta com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que o tornam uma receita ancestral para driblar desconfortos respiratórios e gástricos.
Mas, embora a planta tenha potenciais interessantes, excessos no seu uso têm sido associados a efeitos adversos, exigindo cuidado na forma como ela é empregada no dia a dia. Saiba mais o que a ciência diz sobre o alcaçuz.
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Há benefícios no chá de alcaçuz?
Como costuma ocorrer com outras plantas utilizadas em infusões, são compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, como os flavonoides presentes na planta, que tornam o alcaçuz potencialmente interessante para o organismo.
Entre as várias substâncias encontradas nas raízes, uma conhecida como glicirrizina – principal responsável pelo sabor e pelas propriedades medicinais atribuídas ao alcaçuz – é a mais estudada.
Em diferentes pesquisas, extratos contendo glicirrizina vêm demonstrando potencial para aliviar problemas como refluxo, úlceras pépticas e dificuldades respiratórias como a asma.
A raiz também teria um potencial antimicrobiano e as propriedades antioxidantes também teriam inibido o crescimento de células tumorais, indicando uma possibilidade de ajudar na prevenção de casos de câncer.
Mas todas essas alegações precisam ser vistas com uma importante reserva: de modo geral, os estudos com as promessas mais impressionantes são feitos in vitro, em ambiente de laboratório, e com animais, utilizando extratos em concentrações muito maiores do que se obteria normalmente consumindo a bebida somente.
No dia a dia, mesmo que essas propriedades se mantenham em seres humanos, a tendência é que elas sejam muitíssimo mais modestas para quem consome a infusão.
Em suma, o chá não pode ser empregado como substituto de um tratamento de saúde indicado por médicos, nem deve ser considerado instrumento de cura para qualquer doença.
Além disso, mesmo que os potenciais do alcaçuz venham a ser comprovados pela ciência, ainda não há certeza da dosagem adequada para aproveitar as benesses sem correr riscos.
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Cuidados no consumo
O uso de “riscos” no parágrafo acima pode até causar estranheza, já que se trata de uma planta medicinal usada há muito tempo, mas vale lembrar: mesmo produtos tradicionais consagrados na medicina popular devem ser utilizados com cuidado. O excesso costuma fazer mal – e o mesmo vale para o bom e velho alcaçuz.
Embora a raiz seja considerada segura de modo geral, alguns estudos vêm associando o uso excessivo e rotineiro do alcaçuz a problemas renais e cardiovasculares, incluindo episódios de hipertensão arterial e arritmia. Esses casos são considerados raros, mas reforçam a indicação de uso moderado e contraindicações para pessoas que já convivem com problemas crônicos nos rins, no coração ou de circulação.
Grávidas também não devem fazer uso desse chá.
Ao decidir introduzir um produto novo na rotina, é uma boa ideia conversar previamente com um profissional de saúde. Caso você comece a consumir o alcaçuz e sinta algum efeito inesperado, indicativo de uma reação alérgica ou hipersensibilidade, suspenda o uso e procure um serviço de saúde.