À procura de outros animais para substituir roedores em pesquisas, o neurocientista Julian Pittman, da Universidade Troy, nos Estados Unidos, começou a estudar peixes-zebra há seis anos. Desde então, ele tem observado que essa e outras espécies de fato possuem uma atividade cerebral bem parecida com a dos seres humanos. Tanto é que os bichinhos nadadores podem até ser acometidos pela depressão.
“Percebi que isolamento social e alteração de apetite são comuns nesses casos”, conta Pittman. Outro sinal de que algo não vai bem é quando o peixe fica muito tempo praticamente parado na metade inferior do aquário, indicando desânimo e desinteresse em explorar diferentes áreas. “A falta de espaço e estímulos é o principal problema nesse sentido”, alerta o ecologista comportamental Culum Brown, da Universidade Macquarie, na Austrália.
Antídoto contra a melancolia
Saiba o que um aquário precisa ter para propiciar dias felizes aos peixes
Casa cheia
Só tome cuidado com a superpopulação: um recipiente de cerca de 50 litros é indicado a até três peixinhos dourados, por exemplo.
Pedras e plantas
Reproduzir o fundo do mar faz qualquer espécie se sentir em casa. Além da redução do estresse, pesquisas apontam benefícios cognitivos.
Cavernas
Exposição direta à iluminação artificial intensa ou mesmo aos raios de sol gera bastante incômodo. Ofereça alternativas de abrigo.
Alegria na terra e no ar
Cães, gatos e pássaros são outras vítimas de depressão, decorrente de fatores como solidão, abusos e inatividade. “O tratamento abrange mudanças na rotina e antidepressivos“, explica a veterinária Ceres Faraco, professora do Centro Universitário Ritter dos Reis, em Canoas (RS).
Fontes: Marta Guimarães, veterinária da clínica Wings Vet (SP); e Michel Vinagre, aquarista e membro da Associação Brasileira de Aquariofilia