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Os principais parasitas que atingem a pele dos pets

Não bastasse a chateação das picadas em si, pulgas, carrapatos e mosquitos são um perigo para a saúde de cães e gatos

Por Goretti Tenorio
Atualizado em 29 ago 2023, 14h23 - Publicado em 29 ago 2023, 14h18
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Pulgas são um exemplo de parasita que afeta cães e gatos  (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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Coceiras e feridas na pele muitas vezes são apenas as chateações visíveis impostas a cães e gatos por ataques de pulgas e carrapatos. Além das picadas, eles podem atingir a corrente sanguínea e causar problemas sistêmicos.

E, embora esses sejam os dois agentes mais lembrados, outros ectoparasitas, ou seja, aqueles encontrados na pele dos animais, também podem desencadear reações de hipersensibilidade – a exemplo de ácaros, mosquitos e pernilongos.

A desordem é classificada como dermatite alérgica a picada de ectoparasitas (Dape). “Em casos de infestações intensas, coceira, desconforto e apatia, o animal deve ser levado ao veterinário para avaliação e tratamento”, alerta Analice Cardoso Munhoz, veterinária especializada em dermatologia do grupo WeVets.

Contra nenhum desses seres existem vacinas como medida profilática, lamenta a veterinária Mariana Caetano Teixeira, professora do Centro Educacional Ritter dos Reis (UniRitter).

A saída, portanto, é investir em meios de evitar que o pet entre em contato com os parasitas. “Existem vários produtos no mercado, como comprimidos, pipetas e coleiras, que previnem as picadas ou têm ação rápida caso eles entrem em contato com a pele do pet”, diz Analice.

Os perigos à saúde ocasionados por pulgas

A saliva desses insetos é a principal responsável por desencadear um processo alérgico em cães e gatos. “O perigo é grande mesmo para os pets que não apresentam reações a esse parasita e, por isso, não sofrem com coceira intensa”, observa Analice.

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Isso porque, sem o alerta de que as pulgas estão atacando, o problema pode passar batido por um tempo, aumentado a infestação e o risco de hemoparasitoses, isto é, doenças que se desenvolvem quando os micro-organismos atacam a corrente sanguínea.

Outra repercussão possível é a dipilidiose, doença intestinal que causa de alteração no apetite à diarreia.

“A melhor forma de prevenção é caprichar na higienização dos espaços dos animais e apostar no uso de coleiras repelentes”, diz Mariana Caetano.

Comprimidos de ação inseticida também podem ser encontrados no mercado para este fim.

Carrapatos

Tanto gatos quanto cachorros estão sujeitos a esses aracnídeos. Os cachorros, porém, são mais suscetíveis, uma vez que os felinos têm o hábito de se lamber e, assim, conseguem remover o parasita com mais facilidade.

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“Os carrapatos causam desconforto pela própria picada e elevam o risco de transmissão de diversos patógenos pelo sangue”, observa Mariana.

Um dos tipos mais comuns é o Rhipicephalus sanguineus, também conhecido como carrapato vermelho do cão. Ele é capaz de provocar, entre outros males, a erliquiose, doença infecciosa que pode causar anemia, com queda de plaquetas no sangue, e sintomas como febre, perda de apetite e fraqueza.

“Seja em gato ou cachorro, o tutor deve fazer inspeção periódica a fim de detectar parasitas na pele”, orienta Mariana. “Outros métodos de prevenção incluem aplicação de pipetas, uso de coleiras ou administração de comprimidos com ação inseticida, continuamente ao longo do ano”, complementa a veterinária da UniRitter.

Vale lembrar que o carrapato pode estar alojado nos espaços frequentados pelos pets, então a limpeza e o monitoramento devem se estender ao lugar onde eles dormem e circulam.

+ Leia também: Carrapatos: além da febre maculosa, que doenças eles transmitem?

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Os ácaros também são ameaça

Os microscópicos animais da classe dos aracnídeos que se escondem pela casa desencadeiam alergias nos humanos e outros problemas nos animais.

“Eles são os responsáveis pelas sarnas, provocando grande incômodo pelo prurido intenso e constante pelo corpo”, explica Analice Munhoz, do WeVets.

É o caso do Sarcoptes scabiei, causador da escabiose ou sarna sarcóptica, que causa coceiras, perda de pelo e feridas – e pode atingir também o tutor. “Mais frequente em cães, ela é altamente transmissível entre os animais e precisa ser diagnosticada por raspagem de pele para correto tratamento”, diz Mariana.

Já em gatos, o mais frequente é o ácaro Notoedres, que acarreta lesões e descamações na cabeça e face, coceira intensa e pode igualmente ser transmitido para pessoas.

Tanto em cães como em gatos há ainda a ameaça do ácaro de ouvido, o Otodectes cynotis, responsável por quadros de otite severa, levando os animais a balançarem a cabeça o tempo todo em razão do desconforto.

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Para eliminar os intrusos, além da desinfecção regular dos ambientes, o uso de spray antiácaros é uma alternativa bem-vinda.

Perigos das picadas de mosquito e pernilongo nos pets

Não bastasse atazanarem cães e gatos com o zunzum sem fim, eles são capazes de desencadear quadros alérgicos.

“Nesses casos, as áreas mais afetadas são aquelas sem muitos pelos e com mais vasos sanguíneos, a exemplo da ponta das orelhas e do focinho”, descreve Aline. “A picada pode causar vasculite no local, levando a um sangramento intermitente”, continua.

Sem contar que esses insetos são também vetores de micro-organismos. “Os mosquitos acabam transmitindo diversos patógenos, com destaque para a leishmaniose visceral”, avisa Mariana Caetano.

A zoonose, mais comum nos cachorros, é transmitida por meio do inseto Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito-palha. Apesar de não ser contagiosa entre os animais ou humanos, traz muitas repercussões ao organismo.

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Os sintomas costumam ser inespecíficos – perda de peso, feridas na face e nas orelhas –, o que dificulta a identificação, evoluindo para vômitos e diarreias.

De acordo com a Fiocruz, o tratamento alivia os sinais, mas o cachorro precisará de acompanhamento veterinário para o resto da vida e deve usar uma coleira impregnada com inseticida para evitar que seja picado pelo mosquito e continue a cadeia de transmissão.

Repelentes nas coleiras ou em spray, telas antimosquitos e limpeza nos quintais e arredores da casa são estratégias para proteger o pet da leishmaniose.

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