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Como adaptar a casa para a chegada de um novo gato?

Do preparo do ambiente a outros cuidados, saiba o que levar em conta antes de adotar o bichano

Por Goretti Tenorio
Atualizado em 9 ago 2023, 10h52 - Publicado em 8 ago 2023, 14h33

Especialmente quando filhotinhos, os gatos são fofos, irresistíveis. Considerados fáceis de cuidar, não é de estranhar que, de acordo com dados Instituto Pet Brasil, a adoção de gatos no Brasil venha crescendo mais do que a de cães.

Porém, para evitar que a taxa de abandono também aumente, a decisão de ter um deles em casa não pode ser tomada por impulso.

“O animal não é descartável. Não dá para pensar que, se não der certo, você pode doá-lo para alguém ou simplesmente largar na rua”, diz a veterinária Kellen Oliveira, presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). “Por isso sempre chamamos a atenção para a importância da guarda responsável”, continua.

É justamente para reforçar a conscientização sobre como cuidar corretamente dos felinos que o Fundo Internacional para o Bem-estar Animal instituiu o Dia Internacional do Gato, celebrado em 8 de agosto.

+ Leia também: Na cabeça de um gato

O primeiro passo antes da adoção é a reflexão. “A pessoa deve ponderar se vai ter tempo para se dedicar e criar vínculos com o animal, se tem disponibilidade financeira para custos com alimentação, itens de higiene, vacinas, check-ups e procedimentos como castração”, destaca Kellen.

Tomada a decisão, para que a convivência com o pet seja um compromisso prazeroso ao longo de muitos anos, é preciso ter em mente requisitos básicos.

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Como adaptar a casa para receber um gato?

Sobretudo se for apartamento, é preciso instalar telas em todas as janelas e na varanda. “A queda de lugares altos é um dos acidentes mais comuns envolvendo gatos”, observa o veterinário Alexandre Rossi, da Comissão de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP).

“Pode ser necessário usar proteção também em casas, para evitar que ele fique saindo e voltando. Ele corre o risco de se machucar em briga com outros gatos, por exemplo, ou de contrair doenças”, observa.

Além disso, com seu comportamento de caça, nessas saídas o felino acaba sendo uma ameaça a passarinhos, lagartixas e outros animais que vivem nos arredores.

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O que comprar antes do gato chegar?

Caixa de transporte, caixa de areia, cama, comedouro e bebedouro são itens básicos.

“O ideal é providenciar comedouros elevados, mais ergonômicos, para maior conforto”, sugere Carla Berl, veterinária fundadora da rede de hospitais veterinários Pet Care.

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“Já as tigelas de água devem ser espalhadas pela casa. Se possível, deve-se optar por fonte ou bebedouro elétrico, porque o gato prefere água corrente”, completa.

Outro ponto importante é setorizar os ambientes de acordo com a função. “Nunca se deve colocar a caixa de areia perto do lugar onde ele vai dormir ou comer”, alerta Kellen Oliveira, que é também professora da Universidade Federal de Goiás (UFG).

+ Leia também: Cães e gatos podem, sim, ser amigos

Ela destaca que hoje arquitetos já trabalham com planejamento de ambientes para gatos, bolando locais onde instalar prateleiras e nichos específicos, assim como a distribuição de arranhadores.

Arranhar é um comportamento natural e esperado. “O gato arranha por dois motivos: para marcação de território e para afiar as unhas”, explica Kellen. “É preciso prover meios para que ele exercite esse hábito, senão vai usar sofás e móveis”, argumenta.

Para atender seu instinto de caça, é preciso fornecer brinquedos que se movimentam, bolinhas, varinhas com penas… E o tutor deve ter tempo para estimular o pet com essas brincadeiras.

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Brincar afeta positivamente a qualidade de vida do gato. (Foto Foto: EEI_Tony/GI/Getty Images)

Pode ficar carregando o bichinho no colo e sair para passear com ele?

Pode, desde que ele tope. “Quando filhote, o gato costuma aceitar melhor que o carreguem. Pode ser um momento bom para que se acostume com crianças da casa”, diz Rossi.

O ideal é que seja atraído com petiscos ou brinquedos para subir no colo e ganhar o carinho. “Mas se ele não quiser, deve ser respeitado, até porque pode machucar alguém se for retido”, continua.

Quanto aos passeios, fique sabendo que a maioria não gosta dessa atividade. “Gatos costumam sentir medo, se estressar com a aproximação de outros bichos e pessoas, ou com barulhos”, diz Carla Berl.

De todo modo, se for tentar sair com ele, precisa ter coleira ou microchip de identificação e peitorais específicos para felino com guia.

A estratégia é ir acostumando aos poucos. Primeiro no hall, depois bem pertinho de casa. Daí prestar atenção se ele de fato está curtindo a rotina do passeio. Se notar qualquer sinal de estresse, não force.

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E se alguém em casa desenvolver alergia depois da adoção?

O ideal é observar antes se alguém começa a espirrar, se coçar, espirrar na presença de um gato.

Mas se já tiver adotado o bichinho e as manifestações começarem, dá para restringir a presença dele em locais como quarto, além de zelar pela limpeza dos ambientes.

“As pessoas acham que têm alergia ao animal, mas na verdade é a uma proteína presente na saliva dele. Como se lambe com frequência, acaba passando para o pelo”, explica Kellen Oliveira.

“Para amenizar o problema, hoje já se encontram rações que diminuem o potencial alérgico, moldando essa proteína”, conta.

Em caso de viagens, quanto tempo o gato pode ficar sozinho?

Em geral ele fica bem ao longo de um fim de semana, no máximo três dias.

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“Deixe a caixa de areia limpa e comedouros e bebedouros cheios. Uma boa opção são os alimentadores automáticos, que permitem programar o horário e a quantidade de comida liberada”, recomenda Kellen Oliveira.

Se a viagem for prolongada, o jeito é deixar o animal em hospedagens especializadas ou pedir para alguém cuidar e interagir com ele nesse período.

Que cuidados tomar se já tiver outro gato em casa?

De acordo com Carla Berl, para não colocar em risco o morador antigo, primeiro é preciso checar se o novo pet não tem nenhuma doença transmissível, como FIV, o vírus da imunodeficiência felina, ou FeLV, o vírus da leucemia felina.

“Ao chegar com o animal em casa, não é recomendado simplesmente soltar de uma vez no ambiente”, orienta Alexandre Rossi. Reserve um local para que ele vá acostumando e aos poucos libere os demais espaços.

“Na verdade, isso vale para a ambientação de todo gato, mesmo quando não há outro na casa”, continua.

Já para fazer a aproximação entre dois animais, o que chega depois pode ser colocado na caixa de transporte ou separado do residente por uma outra barreira física.

Aí eles vão progressivamente fazendo contato visual, acostumando o olfato e reconhecendo os ruídos um do outro, até que seja possível promover o encontro físico e liberar a convivência, sem risco de ataques entre eles.

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