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Vacina da Janssen contra a Covid-19: o que sabemos sobre ela

Entre os pontos positivos do imunizante que chegou ao Brasil, o fato de ele ser de dose única e aparentemente manter sua eficácia frente às variantes

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 4 ago 2021, 16h30 - Publicado em 7 jul 2021, 16h26

A vacina da Janssen contra a Covid-19 começou a ser utilizada no Brasil recentemente e já trouxe boas notícias. Além da vantagem de ser aplicada em dose única, dados preliminares indicam que ela pode ser eficaz em deter as variantes do coronavírus, inclusive a Delta.

Em abril de 2021, o estudo de fase três da fórmula, realizado com 19 630 pessoas, constatou uma eficácia global de 66,9%. Na época que os dados foram coletados, a variante Beta já circulava na África do Sul, um dos sítios da pesquisa.

Na amostra sul-africana, 94,5% dos 91 casos de Covid-19 entre os voluntários foram provocados pela Beta. Mesmo assim, a eficácia da vacina após 14 dias da administração foi de 52% e de 64% depois de 28 dias. Todos números acima da taxa de 50% exigida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O fabricante destaca ainda que a vacina manteve sua ação protetora durante a realização dos testes no Brasil, mesmo com a emergência da variante Gama (antiga P.1).

Vacina da Janssen e variantes Delta e Gama

Agora, a Janssen divulgou um estudo em pré-print (ainda não revisado por outros especialistas ou publicado em periódicos científicos) com mais resultados animadores da sua vacina contra as variantes.

A pesquisa testou as células de defesa de oito participantes dos estudos de fase três, oito meses depois de eles terem sido imunizados. Neste tipo de pesquisa, chamada de ensaio de neutralização, os anticorpos são extraídos de amostras do sangue e colocados para enfrentar os vírus em laboratório.

+ LEIA TAMBÉM: Por que pegar Covid-19 depois da vacina não significa que o imunizante falhou

A produção de anticorpos nas amostras infectadas pela variante Alfa foi similar à registrada com o vírus original. Nos testes com as variantes Beta e a brasileira Gama a resposta foi menor, apesar de ainda ter acontecido – corroborando os achados da fase 3.

Já com a Delta, que chegou ao país recentemente, a queda foi mais discreta, um resultado considerado positivo pelos autores. O ensaio clínico, que testará a eficácia da dose contra a variante Delta em seres humanos, não em laboratório, está em andamento e deve ser divulgado até o final de 2021.

Mas se espera, com base nos dados preliminares, que o imunizante mantenha sua eficiência nessa situação. Outro estudo que reforça essa teoria foi divulgado pela Janssen via comunicado de imprensa.

Segundo o texto, a produção de anticorpos em ensaios neutralizantes oito meses depois da injeção é superior à notada no primeiro mês após a vacinação, inclusive contra as variantes Alfa, Beta, Gama e Delta.

“Dados atuais dos estudos, que ainda estão em andamento, mostram que a ação dos anticorpos neutralizantes não diminui, pelo contrário, observamos um aumento com o passar do tempo”, declarou à imprensa Mathai Mammen, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da Johnson & Johnson.

Como funciona a vacina da Janssen

Esse imunizante é feito com um vetor viral não replicante, mesma tecnologia da vacina AstraZeneca. Os experts modificam um adenovírus que normalmente causa resfriados em humanos, para que ele não consiga mais se multiplicar, e incluem nele um trecho do material genético do Sars-CoV-2.

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Ao entrar em contato com as células, o vetor viral apresenta esse pedacinho do coronavírus para o sistema imune, que monta uma resposta específica para ele.

Diferente das vacinas aprovadas, essa tem a vantagem de conferir a imunização com uma picada apenas. E, como mostram os dados até agora, a tendência é que ela continue sendo utilizada em dose única. “Neste momento, não há orientação de reforço”, comenta a infectologista Karen Morejon, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Outro fator positivo, especialmente para o Brasil, é que ela pode ser armazenada em refrigerador comum, entre 2 ºC e 8 ºC. “Isso facilita a distribuição a regiões remotas e pessoas em maior vulnerabilidade, que apresentam dificuldade de acesso às unidades de saúde”, explica Karen.

Os efeitos colaterais são mínimos e apenas uma parte dos imunizados terá reações, sendo as mais comuns dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção. Em casos mais raros, é possível ocorrer cansaço, dor de cabeça, febre, náusea e calafrios. “Esses efeitos, que ocorrem na primeira semana após a aplicação, costumam ser leves e autolimitados”, finaliza a infectologista.

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