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Transplantes de útero serão feitos no Brasil. Quando a técnica é usada?

Serão realizados dois procedimentos em pacientes com Síndrome de Rokitansky, que nasceram sem o órgão. Espera-se que outras mulheres se beneficiem no futuro

Por Larissa Beani
8 abr 2024, 16h22

Após oito anos do primeiro transplante uterino realizado no Brasil, o país deve voltar a registrar mais dois casos em 2024. Já consolidado em países como Suécia, República Tcheca e Estados Unidos, o procedimento permite que mulheres que nasceram sem útero possam gestar.

A iniciativa é uma parceria entre o Centro de Reprodução Humana e de Transplante Hepático do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e o Instituto Roki, que acolhe mulheres com Síndrome de Rokitansky, uma condição congênita em que a pessoa nasce com malformação ou ausência de útero e canal vaginal. Estima-se que uma a cada 5 mil mulheres tenha a condição.

“Os transplantes de útero podem melhorar a qualidade de vida de milhares de mulheres e vai ao encontro do direito à família, garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos”, ressalta Dani Ejzenberg, ginecologista e especialista em reprodução assistida do Hospital das Clínicas.

A seguir, entenda como funciona o procedimento.

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+ Leia também: A nova onda dos transplantes

Como é feito o transplante

O transplante de útero é um procedimento que possibilita que mulheres sem o órgão possam manter ciclos menstruais e gestar seus filhos. Isso garante também uma melhor autoestima e qualidade de vida com o devido acompanhamento médico e científico.

“É um método realizado desde os anos 2000, que já impactou centenas de mulheres e famílias ao redor do mundo”, afirma Ejzenberg. No Brasil, serão realizados mais dois procedimentos com pacientes com a Síndrome de Rokitansky, que devem receber o órgão de doadoras falecidas.

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O primeiro desafio é encontrar uma doadora compatível e que atenda a critérios de idade, histórico de gestação prévia e boas condições gerais de saúde. Uma vez que o órgão ideal é encontrado, a paciente se submete ao transplante e, como em qualquer procedimento do tipo, é avaliado se há rejeição pelo sistema imunológico.

Em caso de sucesso, a mulher pode estar apta a menstruar e engravidar. A adaptação do corpo pode demorar meses.

A gestação é sempre realizada por fertilização in vitro e é acompanhada por todo o período, pois é considerada uma gravidez de risco. Os partos são feitos por cesárea e o útero é retirado assim que a paciente atinge o número de filhos que gostaria de ter. “O uso prolongado de imunossuprossores pode provocar comprometimento da função renal”, justifica Ejzenberg.

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Leia também: Doar é preciso: tudo sobre o universo dos transplantes de órgãos

Para que serve

Mulheres com a Síndrome de Rokitansky têm os ovários íntegros, produzindo hormônios normalmente, mas não conseguem menstruar nem engravidar por conta da ausência do útero. Dores na relação sexual também ocorrem por conta de malformação no canal vaginal,  característico da condição congênita.

“O transplante de útero é uma oportunidade de mulheres com a síndrome gestarem seus filhos, se assim desejam“, explica Ejzenberg. Com o avanço das técnicas, será possível que um acesso ao tratamento seja mais amplo. 

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Quem se beneficia

Atualmente, o transplante tem sido realizado majoritariamente com mulheres com Síndrome de Rokitansky. No entanto, espera-se que outras pacientes sem útero possam se beneficiar desse recurso conforme as abordagens e segurança do procedimento se consolidam. 

+ Leia também: O caminho para eliminar o câncer do colo de útero na América Latina

“Aquelas que tiveram o útero removido por cânceres ginecológicos e outros problemas de saúde, como miomas, endometrioses ou complicações no pós-parto, também poderão, no futuro, se beneficiar dessa opção de tratamento”, prevê o ginecologista.

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Pacientes que já passaram pelo procedimento relatam uma melhora na autoestima e na qualidade de vida, concluem estudos internacionais.

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