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Transplante de pênis funciona (de todas as maneiras)

Homem sul-africano, o primeiro a passar por esse procedimento com sucesso, segue bem após dois anos — e fazendo muito sexo

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 14 fev 2020, 18h24 - Publicado em 18 ago 2017, 16h02

Em 2015, uma semana depois da alta do hospital, o primeiro homem a receber um transplante peniano bem-sucedido no mundo já havia colocado seu novo órgão à prova. Sim, deu tudo certo na ocasião — apesar de ele ter desrespeitado o pedido médico de aguardar mais um tempinho antes de fazer sexo. Mas como está esse paciente hoje?

A pergunta foi respondida recentemente num estudo publicado no periódico The Lancet, em que os pesquisadores acompanharam esse homem sul-africano por 24 meses. Conclusão: ele está muito bem, obrigado.

Depois de três meses da operação, o voluntário já tinha relações sexuais regulares. Em um semestre, sua qualidade de vida — medida por meio de questionários — havia subido vertiginosamente em comparação com antes da operação, assim como sua própria saúde.

E, ao fim de dois anos, as funções eréteis e de fluxo urinário estavam praticamente normalizadas, segundo os exames. Aliás, noticiários deram conta de que sua namorada chegou a engravidar. É mole?!

O estudo foi conduzido pelo urologista André van der Merwe, da Universidade Stellenbosch (África do Sul), que comandou o próprio transplante. “A estratégia restabeleceu funções fisiológicas normais nesse receptor sem grandes complicações”, escreveu no artigo.

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Em um texto sobre o assunto também publicado no The Lancet, o urologista Arthur Bennett, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, cravou: “O transplante peniano está aqui”. No entanto, ressaltou que algumas preocupações persistem. Entre elas, tensão psicológica, perda de identidade e a necessidade de usar remédios imunossupressores para o resto da vida — o que ocorre com todos os transplantes de órgãos — para uma situação que não é de vida ou morte.

O outro lado da história

Apesar do sucesso, o transplante de pênis trouxe alguns problemas pontuais. Além da cirurgia principal, que durou nove horas, infecções locais e o surgimento de um trombo exigiram outras operações. Não à toa, o paciente ficou um mês no hospital.
Sete meses após o procedimento, ele ainda teve uma lesão renal aguda por causa do uso da droga imunossupressora. Mas isso foi controlado diminuindo a dose da mesma.

Fora isso, estamos falando de apenas um caso. Em 2006, médicos chineses chegaram a fazer uma cirurgia semelhante, porém o paciente começou a apresentar problemas psicológicos graves. Tanto que, depois de duas semanas, o pênis transplantado foi removido. Dito de outra forma, os cientistas precisam avaliar mais voluntários antes de tornar esse transplante uma prática clínica — o que não faz dele menos promissor.

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Como é o transplante

Em resumo, os médicos precisam encontrar um doador compatível (morto) e com o pênis em boas condições. Esse, inclusive, é um dos maiores desafios. A partir daí, é uma questão de preservar o membro, agir rápido e fazer a operação, que é bastante complexa.

Os cirurgiões envolvidos no caso sul-africano treinaram a técnica em cadáveres. E só quando se sentiram seguros começaram os experimentos em seres humanos. Hoje, outros pacientes já passaram pela técnica — e tantos outros estão na fila.

O paciente avaliado no estudo perdeu o pênis por causa de um ritual de circuncisão típico da África do Sul. Para ter ideia, esse ato é a principal causa desse problema no país.

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