A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) — uma mistura de bronquite e enfisema pulmonar — é, na grande maioria das vezes, provocada pelo tabagismo. Mas sabia que ela costuma se manifestar com maior intensidade no inverno?
Pois é: em uma coletiva promovida pela farmacêutica GSK, o pneumologista Oliver Nascimento, da Universidade Federal de São Paulo, destacou que as temperaturas mais frias aumentam consideravelmente o número de crises da doença (esses surtos são chamados de exacerbações). Nesses momentos, o paciente fica com muita falta de ar, sente os pulmões pressionados e mal consegue se mover.
O que uma coisa tem a ver com a outra? Em primeiro lugar, as baixas temperaturas estão associadas a maiores índices de poluição. “Como as vias aéreas das vítimas dessa doença são sensíveis, podem entrar em colapso ao inalar poluentes atmosféricos”, diz Nascimento. Além disso, a maior incidência de infecções respiratórias e o próprio frio contribuem para o travamento dos pulmões.
Se você ainda duvida disso, fique sabendo que as regiões Sudeste e Sul do Brasil — as com inverno mais marcado por temperaturas baixas — apresentam um pico de internações por DPOC durante esses meses. Já as áreas do país em que o calor reina o ano inteiro têm taxas de hospitalização menores e mais homogêneas ao longo das estações.
Estima-se que 7,6 milhões de brasileiros sofrem com a DPOC. Pra piorar, 88% não sabem que possuem o problema — muitos fumantes, por exemplo, acham que tosse e falta de ar são consequências comuns do tabaco. É necessário reforçar o diagnóstico da enfermidade e tratá-la quanto antes para evitar uma grande perda na qualidade de vida.