Coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio da farmacêutica GSK, um levantamento com 300 pacientes de todas as regiões traçou um perfil detalhado sobre a incidência e as complicações do lúpus no país.
“O mapeamento mostrou mais manifestações cutâneas no Nordeste e mais acometimento renal no Sudeste”, aponta a reumatologista Mirhelen Abreu, coordenadora do Ambulatório de Lúpus da UFRJ e principal autora do trabalho.
O acesso ao tratamento, por sua vez, é mais precário no Norte, onde se pode levar até 11 horas para chegar a uma consulta.
“Os modelos epidemiológicos construídos para a pesquisa apontam que fatores étnicos, clínicos e ocupacionais se associam nos desfechos da doença. Saber disso nos ajuda a traçar diretrizes regionais de cuidados”, explica a reumatologista.
Ficha técnica da doença
Nome: lúpus eritematoso sistêmico
O que causa: o sistema imune ataca o organismo, provocando inflamações
Sintomas: fadiga, dores nas articulações, febre, queda de cabelo e manchas avermelhadas no rosto
Principais órgãos acometidos: pele, rins, pulmões e articulações
Prevalência no Brasil: a estimativa é de 65 mil pessoas com a doença
Como é que se trata?
Os primeiros medicamentos prescritos costumam ser os anti-inflamatórios — se necessário, os corticoides, que são eficazes, porém têm mais reações adversas. Outro recurso são os imunossupressores, que freiam o sistema imune, mas podem expor o paciente a infecções oportunistas.
Em alguns casos, recorre-se aos remédios biológicos, capazes de conter a progressão do lúpus.