Realidade virtual e mais: o potencial da tecnologia imersiva na medicina

A sobreposição de elementos do mundo real com informações digitais proporcionada pela tecnologia de realidade aumentada vem aprimorando o atendimento médico.

Envolvendo sensores, algoritmos e acessórios como óculos especiais, smartphones e tablets, a experiência imersiva produz novos ambientes e visualizações, melhorando a percepção e fornecendo informações em tempo real.

Com papel cada vez mais relevante na saúde, as aplicações vão do aprimoramento de profissionais de saúde ao planejamento e execução de cirurgias.

A possibilidade de interagir com modelos 3D das estruturas anatômicas do corpo humano já permite, por exemplo, a criação de simuladores para treinamento de cirurgias complexas.

É o caso do projeto apresentado em artigo do Jornal da USP, desenvolvido na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), visando aperfeiçoar a técnica em operações de crânio.

A partir de imagens de radiologia, tomografia e ressonância, os pesquisadores criam um modelo híbrido de realidade aumentada e imagens impressas tridimensionais, por meio do qual o cirurgião pratica o passo a passo da operação. A ideia é usar a conduta para melhorar a formação de neurocirurgiões.

+ Leia também: O que acontece quando médicos se encontram no metaverso?

Em outra abordagem, igualmente elaborada na FMRP, a tecnologia interativa contribuiu para o planejamento de cirurgia de separação de gêmeas siamesas unidas pela cabeça.

A reconstrução em realidade virtual da anatomia de ossos, tecidos e vasos sanguíneos dos crânios permitiu à equipe médica simular as quatro etapas do procedimento, permitindo gravar os movimentos e toda a comunicação dos participantes. O trabalho deve resultar ainda em um documentário pedagógico do processo.

Facilitando a interação médico-paciente

Uma outra faceta a ser explorada no uso das tecnologias imersivas é a capacidade de facilitar o entendimento do paciente sobre sua condição de saúde.

As informações em 3D tornam mais compreensíveis conceitos médicos complexos, seja pela visualização de um órgão a ser operado, seja pela demonstração da progressão de determinada doença.

As explicações personalizadas sobre riscos e benefícios do tratamento facilitam o diálogo com a equipe médica, motivam e capacitam o indivíduo a participar das decisões, além de estimular a adesão ao plano terapêutico.

Os avanços da realidade virtual e aumentada capazes de gerar soluções personalizadas e mais precisas em diagnóstico e tratamento são um dos focos da edição 2024 do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica, que está e andamento. Conheça os vencedores em setembro.