O Prêmio de Enfermagem Rainha Silvia da Suécia estreia sua edição brasileira com a meta de reconhecer profissionais e estudantes de enfermagem com ideias e soluções transformadoras nos cuidados em saúde.
A vontade de criar uma forma de homenagear e estimular a categoria dos enfermeiros veio depois de a majestade sueca acompanhar a entrega dos profissionais na assistência à sua mãe, que sofreu de Alzheimer. A iniciativa começou na nação escandinava em 2012 e hoje contempla versões também na Finlândia, na Alemanha, na Lituânia, na Polônia e nos Estados Unidos.
A chegada ao Brasil tem um quê especial para a Rainha. Afinal, ela é filha de mãe brasileira e viveu parte da infância no país. A monarca, que também se dedica à causa das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade pelo mundo, se diz ansiosa para conhecer os projetos nacionais.
Profissionais e estudantes de enfermagem que atuam no estado de São Paulo – a perspectiva é ampliar para as demais regiões na segunda edição do prêmio – podem participar e concorrer à láurea se inscrevendo até o dia 1º de novembro no site oficial da premiação, que é organizada no Brasil pela healthtech Vibe Saúde. e tem a curadoria técnica do médico Jefferson Gomes Fernandes. A vencedora ou vencedor receberá 6 mil euros e a oportunidade de viajar e fazer um curso fora do país.
Na entrevista abaixo, a Rainha Silvia da Suécia explica a filosofia e as expectativas da premiação.
VEJA SAÚDE: Na visão da rainha, por que é essencial olhar e reconhecer o ecossistema da enfermagem e seu valor ao sistema de saúde?
Rainha Silvia da Suécia: Os enfermeiros são fundamentais para a comunidade e para o sistema de saúde em todo o mundo. Eles são muitas vezes a primeira linha de contato quando se procura um cuidado ou aconselhamento profissional em saúde. Espalham informação, fornecem orientação, oferecem cuidados e diminuem o sofrimento dos pacientes.
No entanto, neste momento, estamos enfrentando um desafio crítico de limitações e escassez no campo da enfermagem e da assistência à saúde por todo o planeta.
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Qual é a filosofia do prêmio?
A ideia por trás do Prêmio de Enfermagem Rainha Silvia da Suécia é elevar as vozes dos enfermeiros para que eles possam ser ouvidos. Esses profissionais são os mais próximos na linha de frente com os pacientes, e entendemos que encontram oportunidades no seu dia a dia para melhorar a vida dessas pessoas.
Assim, precisamos celebrar o impacto e as ideias dos enfermeiros, mas também prover a eles uma capacitação internacional e mais oportunidades de aprendizado e networking.
Entre os profissionais de enfermagem que já concorreram à distinção na Europa, há alguma história que tenha marcado mais a senhora?
Existem várias ideias maravilhosas vindas dos candidatos ao prêmio nessa rede construída há alguns anos. Ele realmente mostra o escopo criativo na área da saúde e ainda há muitas oportunidades a serem exploradas.
O que mais gosto nessas iniciativas é que muitas delas foram concebidas com um foco em pacientes idosos e no cuidado a quem sofre de demência. A última laureada na Suécia teve a ideia de dar a pacientes isolados a chance de revisitar ambientes familiares através de vídeos em primeira pessoa. São vídeos com seus lugares favoritos que podem ser recordados lentamente, trazendo a esses pacientes boas lembranças.
Esse projeto teve um significado profundamente significativo no auge da pandemia e poderia ajudar pacientes idosos a minimizar sua ansiedade, revigorar seu espírito e reacender memórias positivas.
Até pelo fato de a senhora ter uma conexão com o Brasil, qual é a expectativa ao trazer a premiação ao nosso país?
É importante reconhecer o trabalho dos enfermeiros por todo o mundo, mas certamente é muito especial para mim levar o prêmio ao Brasil. Os últimos anos têm sido extremamente desafiadores para tanta gente. Eu espero que a premiação ajude a reconhecer os enfermeiros e seu trabalho no país. E estou ansiosa para aprender com as ideias deles e para que essa premiação possa inspirar outras pessoas a se tornarem enfermeiras.