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Púrpura: entenda a doença que causa manchas na pele

Quadro autoimune está relacionado à queda da contagem de plaquetas no sangue. Entenda o problema

Por Clarice Sena
13 mar 2025, 17h30
púrpura
As manchas características da púrpura não coçam nem provocam dor (James Heilman/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)
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Manchas vermelhas, marrons ou roxas, parecidas com hematomas, surgem pelo corpo mas você não lembra de ter se machucado. Essa condição é chamada de púrpura: as manchas são acúmulos de sangue debaixo da pele, resultado do rompimento de vasos sanguíneos próximos da superfície da derme.

A púrpura sinaliza a existência de outro problema de saúde ou desequilíbrio no organismo. Interações medicamentosas, infecções virais, deficiência de vitaminas e outras condições podem estar por trás do quadro.

Mais uma causa é a púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), doença autoimune que costuma ser diagnosticada após hemogramas de rotina. A principal característica são os níveis alarmantes de queda nos trombócitos, mais conhecidos como plaquetas.

O que causa púrpura?

A púrpura pode ou não ser desencadeada pela queda nas plaquetas.

Quando a queda nos níveis dessas células está envolvida, o quadro é chamado de púrpura trombocitopênica. Entre as causas, estão infecções no sangue, doenças autoimunes – como a púrpura trombocitopênica idiopática ou o lúpus –, hepatite, uso de determinadas medicações e condições que afetam a medula óssea.

As causas para a PTI ainda não foram identificadas. O sistema imunológico dos pacientes detecta erroneamente as plaquetas como ameaças e leva o corpo a produzir anticorpos para atacá-las, enquanto as células vermelhas e brancas do organismo permanecem em níveis normais.

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Quando as manchas estão presentes, mas não há alterações nas plaquetas, a púrpura pode ser resultado de reação a medicamentos, como heparina ou varfarina, populares anticoagulantes. Deficiência de vitamina C, doenças congênitas, vasculite ou problemas de coagulação também podem ser relacionados.

Com o envelhecimento, os vasos sanguíneos enfraquecem, o que também pode gerar quadros pontuais de púrpura em idosos. Existe ainda um diagnóstico chamado de púrpura alérgica ou púrpura de Henoch-Schönlein: a doença pode provocar presença sangue na urina e náuseas, além de comprometimento dos rins e do intestino.

+Leia também: O que significa quando as plaquetas estão baixas?

Como a púrpura é diagnosticada?

O principal sintoma da púrpura são as manchas na pele, também chamadas de petéquias. Em pessoas de pele negra, as manchas podem ser marrons ou roxas. Em peles claras, a cor das manchas costuma ser avermelhada ou roxa. Essas manchas não mudam de cor ao aplicar pressão à pele.

Como as plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue, sangramentos repentinos nas gengivas e no nariz podem ocorrer.

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Por vezes, as manchas não aparecem e a doença só é descoberta em hemogramas de rotina. Não existe um exame laboratorial específico para o diagnóstico. A púrpura autoimune (PTI) é diagnosticada se houver menos de 100.000 plaquetas sem alterações em outros aspectos sanguíneos, nem outras condições clínicas. 

Existem quatro fases da púrpura autoimune: a PTI recentemente diagnosticada, quando o quadro é identificado em até 3 meses; a PTI persistente, com diagnóstico de 3 a 12 meses; a PTI crônica, que perdura mais de 12 meses e a PTI grave, quando há sangramento recorrente que requer atendimento imediato ou até internação hospitalar.

Embora ainda não se saiba as causas que levam ao desenvolvimento da púrpura autoimune, acredita-se que ela pode ser decorrente do efeito de medicamentos e vacinas, de infecções virais bacterianas, ou associada a outras doenças, tais como lúpus e HIV. 

Tratamento da púrpura

A maioria dos pacientes de PTI responde bem ao tratamento inicial, realizado com o objetivo de reduzir o risco de sangramentos e aumentar a contagem de plaquetas. O uso de medicamentos é reservado aos pacientes com menos de 20.000 plaquetas ou com hemorragias frequentes. Imunossupressores e medicações biológicas podem integrar o tratamento.

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Em último caso, quando esses tratamentos não são eficazes e o paciente apresenta um quadro de PTI persistente, o uso de romiplostim pode ser indicado. A substância simula o hormônio responsável pela produção de plaquetas, mas só é recomendada para pacientes com sangramentos graves e recorrentes. 

Quando o tratamento medicamentoso não é eficiente, outra alternativa consiste na esplenectomia, a cirurgia para retirada do baço. O órgão é responsável pela produção de boa parte dos anticorpos que, na doença autoimune, levam à destruição das plaquetas.

Para tratar a púrpura, de maneira geral, podem ser utilizados corticoides. Transfusões são necessárias em alguns casos. Também recomenda-se a restrição de atividades físicas, especialmente esportes de contato, e evitar o uso de medicamentos antiplaquetários, como aspirina e anti-inflamatórios não esteroides.

 

 

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